17. Ninguém mais pode me consertar, só você.

823 108 124
                                    

Era uma vez, nós tínhamos tudo. Em algum lugar no meio do caminho nós nos perdemos.
Tijolo por tijolo, nós assistimos tudo desabar. Estou despedaçada esta noite e querido, ninguém mais pode me consertar. Só você.

Jimin se admirava diante de um espelho. Após vestir sua blusa social, ele amarra sua gravata de forma desleixada. Ao seu lado, no cabideiro, pegou seu paletó preto e vestiu lentamente, ainda encarando seu reflexo.

— Eu estou bonito? — Peguntava orgulhoso ao homem que estava deitado na cama, atrás dele.

— Depois que colocar essa gravata direito, talvez. — Saem retrucava com um sorriso irônico, levantando-se e se aproximando dele. — Me deixe ver isso. — Disse tentando desfazer o nó do tecido em seu pescoço.

De repente, ouviram batidas desesperadas na porta.

— Pode entrar, está destrancado. — Jimin gritou.

— Onde ele está? Não está aqui? — Namjoon invadiu o quarto um pouco aflito.

— De quem você está falando? — Saem perguntou ao terminar de arrumar a gravata de Jimin.

— Como assim de quem estou falando? De uma das pessoas mais importantes desse dia: o noivo. Vocês o viram? — Completou Namjoon, aparentando cansado.

— 10 MESES ANTES —

Hoseok andava em círculos em seu apartamento. Com o celular em mãos, tentava desesperadamente ligar para Marina. Sabia que ela não queria saber dele, porém aquele era um assunto muito mais importante do que o relacionamento fracassado dos dois. Olhou o relógio, passavam das seis da tarde. "Isso quer dizer que deve ser cedo no Brasil, talvez ela não esteja me ignorando, talvez esteja apenas dormindo." Deixou-se iludir por seus pensamentos.

Marina estava sentada em sua cama, olhando a foto do coreano que seu telefone exibia durante a chamada. "Por que ele não desiste?" Não o responderia, não podia fazer isso. Se separar de Hoseok era sempre algo muito doloroso. Aquele sentimento era tão delicado, que até mesmo ouvir a voz dele lhe causaria uma dor com a qual ela não estava disposta a lidar. Levantou-se e foi até a janela, abraçando a si mesma, ela observava a paisagem do lado de fora. O clima estava frio. "Será que vai nevar?" Pensou.

— / / —  

Ambos estavam desacordados quando as ambulâncias chegaram. Ainda dentro do carro, que permanecia com a parte dianteira batida na lateral da van, a brasileira abria os olhos um pouco zonza. O airbag do motorista havia sido acionado. Sem entender muito o que estava acontecendo, ela olhou para o lado. Jin não teve a mesma sorte. Por algum motivo, o airbag dele não havia aberto. Ao vê-lo ali, desacordado e com a cabeça ensanguentada, ela desmaiou novamente.

Ao acordar no hospital, Ariel sentia fortes dores no corpo. Abriu os olhos lentamente, estranhando o local onde estava. Em sua mão, uma agulha para a entrada do soro. Em seu dedo, um aparelho monitorava seus batimentos cardíacos. Confusa, ela olhou para o lado, onde viu Jungkook sentado em uma cadeira, cochilando. Ao perceber seus sutis movimentos, ele acordou. 

— Hey. — Se aproximou dela, dando-lhe um beijo no rosto. — Como você está?

— Parece que um caminhão passou em cima de mim. — Falou devagar, manhosa.

— Na verdade, acho que foi você que tentou passar por cima de alguém. — Vendo que ela aparentava bem, tentou fazê-la rir.

— O que aconteceu? — Ainda estava um pouco desorientada. — Onde está o bebê?

— Você não conseguiu parar o carro a tempo. — Lamentou. — Bateu em uma van. O bebê está com Kristin, eu o busquei na escola. Ontem...

— Ontem? — Um flashback de Jin a seu lado, com a cabeça machucada, lhe veio a memória. — Onde ele está? O que aconteceu? — Começava a ficar desesperada.

Falso Amor #3  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora