Capítulo Dezoito

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Castiel Baker

Já anoiteceu, faz horas que estou na sala de espera do hospital junto com Alice, aguardando notícias sobre minha mãe. Estou muito nervoso e com medo, muito medo, encontrar minha mãe desmaiada no chão de seu quarto, com sangue saindo do nariz, aquela cena me deixou sem chão, pensei que ela estivesse morta, quem correu para chamar uma ambulância foi uma das empregadas que passava pelo corredor.

Tem outra coisa me deixando ainda mais incrédulo, Laura e meu pai não estão no hospital, eles nem se importaram, minha mãe pode estar correndo risco de vida nesse exato momento e eles estão em casa relaxados, eu odeio tanto fazer parte da mesma família que eles, ter o sangue de Mauro Baker nas minhas veias me deixa tão enojado.

Levanto com pressa da cadeira junto com a minha prima quando vemos o médico vindo na nossa direção, sua cara não era a das melhores, sinto meu coração acelerar e meu corpo suar frio.

— Como está minha mãe? — pergunto com medo.

— Ela está bem... Por enquanto. — ele trata de falar. — A quimioterapia não está mais a ajudando, o câncer está muito avançado e... — ele deixa as palavras morrerem.

— Tem mais não é? — ele apenas fica me encarando. — O que você não está nos contando?

— Se aumentarmos a quimioterapia sua mãe vai sofrer muito, pode não dar certo, e isso pode fazer ela viver menos. — essas palavras dele fazem as lágrimas deixarem meus olhos.

— Quanto tempo ela tem de vida sem o tratamento? — Alice pergunta o que não tive coragem.

— No máximo seis meses, não sabemos muito bem... — ele diz e sinto minhas pernas vacilar um pouco. — Como eu disse antes: o câncer está muito avançado, nenhuma cirurgia vai adiantar, o tratamento vai fazer ela sofrer muito e o tempo de vida dela não vai durar mais que dois meses.

Deixo um soluço escapar e sinto Alice me abraçando, ela me senta no sofá e choro feito uma criança. Isso não é possível, uma coisa dessas não pode estar acontecendo, meu mundo está dando um giro enorme, minha vida está ficando uma merda.

— Por que ela Alice? — grito chamando a atenção de algumas pessoas e me levanto. — Por que ela e não aquele verme do Mauro Baker? Ele sim merece passar por uma droga dessas... — meu choro se intensifica e eu caio de joelhos no chão.

— Alice! — Luciano aparece desesperado e minha prima corre para os braços do irmão e chora copiosamente. — Por favor Alice! — ele me vê no chá e corre até mim me ajudando a levantar. — Não me diga que ela...

— Ainda não. — falo com amargura. — Ela só tem seis meses de vida, com o tratamento serão só dois. — o abraço com medo, agora as lágrimas cessaram. — Ela vai nos deixar Luc.

Ficamos um tempo abraçados, Alice o tempo todo encostada na parede e olhando para o nada, cada um está perdido em seus pensamentos. Respiro fundo me desvencilhando dos braços de Luciano. Caminho a passos pequenos até o médico, em nenhum momento ele deixou a sala.

— Podemos vê-la?

— Podem, venham comigo.

Seguimos o médico até chegarmos em um dos quartos, onde está minha mãe. Pelo vidro já consigo ver ela meio sentada na cama e sinto um nó se formar na minha garganta. O médico empurra a porta e entramos juntos, os olhos verdes da minha mãe param em nós, um sorriso amarelo deixa seu lábios, corremos os três para abraçar ela e choramos todos juntos, nesse momento o médico sai do quarto nos dando privacidade.

— Vai ficar tudo bem meus amores. — a voz dela sai falha.

— Você não pode nos deixar mãe... — soluço. — por favor.

Um Amor com Barreiras (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora