Capítulo Especial | Alice e Ângelo (parte 1)

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Alice Ulric

Joguei a pequena mala na cama, entrei no banheiro indo até a pia e curvei o corpo para frente lavando o rosto depois de abrir a torneira, peguei a toalha de rosto o secando e abri o armarinho atrás de aspirina, minha cabeça está a ponto de explodir.

Acabei de chegar do apartamento do Dante, fui pegar algumas roupas que larguei por lá conforme o visitava, mesmo com medo de o encontrar fui lá, felizmente o hematoma que ele deixou no meu rosto está sumindo. Faz duas semanas desde nossa briga e estou sufocando por ignorar as ligações do Ângelo.

Esse homem é muito insistente e teimoso, as vezes Ange consegue me tirar do sério, como muitas vezes tirou na nossa adolescência, em vários momentos senti uma vontade muito grande de o estapear, mas dessa vez entendo suas milhares de ligações e mensagens, ele só está preocupado demais comigo por ter sumido.

Voltei meus olhos para a porta do banheiro e sorri pequeno ouvindo meu celular tocar encima da cama. Tomei a aspirina e desliguei a torneira voltando para o quarto, peguei o celular de cima de alguns croquis e dessa vez não o ignorei.

— Finalmente Alice, você quer que eu morra do coração? Se sim, não vai demorar a acontecer. — foi falando de um jeito ofegante.

— Não faça drama Ange, desculpa por esse sumiço, mas eu precisava... — calei ouvindo algo caindo do outro lado da ligação, arquei uma sobrancelha desconfiada. — O que está fazendo Ângelo?

— Eu... — ouvi sua risada rouca e em seguida vozes misturadas. — Estou ajudando a descarregar algumas caixas para o depósito da empresa.

— Sei. — encaro minhas unhas (pintada em uma francesinha) buscando coragem para continuar falando e sento na cama. — Tenho algo importante para te contar, preciso dizer de uma vez por todas.

— Vai voltar com o papo de nos afastar? —  perguntou meio que bravo.

— Não vou dizer nada pelo telefone Ângelo! — ele bufa ouvindo isso. — Vamos no Pop's e lá conversamos, okay?!

— 'Tá, sua mandona. — resmungou e ri imaginando o bico que seus lábios sempre formam quando está emburrado. — Vamos que horas?

— Quando terminar seu trabalho vá para lá, estarei te esperando. — segurei o celular no ouvido usando o ombro como apoio e levantei começando a tirar as roupas da mala. — Ângelo?

— Está certo Lice, daqui irei lá. — ele mandou um beijo se despedindo e encerramos a conversa.

Foi errado me envolver com Ângelo logo agora, com esse homem ainda casado, mas não fiquei tão culpada notando o quão errado é essa ralação de Ângelo com Verônica, essa cadelinha da Dulce não pensou quando nos atrapalhou anos atrás, então não vou me preocupar com ela agora. O que faz minha culpa crescer são os seus filhos, Lívia e Justin estão sofrendo com as brigas dos pais e devem saber que é porque de mim, e certamente me odeiam.

Ajeitei as roupas no closet e tomei um bom banho. Na cozinha e já vestida num pijama fui atrás de algo para comer, só fiquei meio perdida sem saber o que fazer. Pensei em chamar Castiel para vir aqui, mas caí em frustração lembrando que essa hora ele está no colégio. Sinto felicidade lembrando que Cas e Dean estão juntos novamente, eu adoro o Maurício, ele foi um ótimo marido e principalmente pai, mas não é o suficiente para fazer meu amigo feliz. 

Todas as vezes que viajei para Londres indo fazer uma visita a eles, percebia Cas meio triste, longe em lembranças. Questionei muito o Luciano e o obriguei dizer a verdade, mas o meu irmão sempre dizia que não estava mentindo, que transou mesmo com Castiel e que Felipe é filho dele e não do Dean. Inclusive desferi muitos tapas contra o Luc, esse idiota deixou mesmo a Laura e o infeliz do nosso tio fazer sua cabeça. Tenho medo do Luciano ter abusado do Castiel, sempre ouvi do Cas que ele desmaiou depois de tomar o chá, é meio óbvio que foi dopado, fico impressionada é em como o Dean pode ser tão burro, se até eu fico com raiva em lembrar, imagina o Castiel.

Um Amor com Barreiras (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora