Capítulo Quarenta e Nove

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Castiel Baker

Fiquei um tempinho tentando assimilar aquilo, é difícil para mim acreditar no Maurício fazendo uma coisa dessas. Eu não consegui segurar as lágrimas após desligar na cara do garoto, era a voz de um rapaz chamando pelo pai, o meu marido tem um filho fora do casamento, o mesmo homem que jurou nunca me fazer sofrer, que nunca teria segredos comigo, sempre diríamos a verdade um ao outro, mas ele quebrou essa promessa.

Ao término do meu choro consegui me levantar da cama onde estava sentado com o celular dele ainda na mão e saí do quarto voltando a sala levando o aparelho comigo. Os três estavam no sofá, assistindo algum filme de comédia e rindo sem parar, isso não podia estar acontecendo, conhecendo Felipe como conheço, ele com certeza vai se sentir traído e ficar muito magoado com o pai.

— Deem um pausa nesse filme! — peço os fazendo me olhar confuso. — Felipe sobre para o quarto com seu irmão e saem de lá só quando eu chamar.

Ele ficou um pouco contrariado, queria perguntar o que estava acontecendo, mas não fez, assentiu preocupado e pegou na mão de Henry subindo as escadas. Agora minha atenção ficou em Maurício, ele me olhando sem entender nada, mas estava meio nervoso, podia perceber sua tensão. Com coragem levantei o celular o deixando na altura dos olhos dele, olhos esses que cresceram vendo o aparelho desbloqueado na minha mão.

— Esse número ligou e muitas vezes hoje, eu fiquei curioso, então decidi retornar, sabe o que aconteceu? — me controlo para não ficar com a voz embargada. — Um rapaz atendeu, atendeu e disse um "Papai Maurício?" — faço uma pausa o vendo agora de cabeça baixa e seus ombros subir e descer de forma lenta pelo seu choro silencioso. — Está sendo difícil, muito difícil acreditar em algo assim Maurício! Você, logo você fazer isso comigo, me trair e...

— Eu não te traí! — ele me interrompe. — Eu nunca te trairia!

— Então pode me explicar o porquê disso? Vai me dizer que agora te chamam de pai por aí? — dessa vez não consigo me controlar e deixo uma lágrima solitária escapar.

— Não sou o cara perfeito que você tanto dizia Castiel, eu não sou nenhum príncipe encantado como você me chamava! — dizia sem parar de chorar. — Foi o seu jeito inocente que fez eu me apaixonar por você. Quando você chegou em Londres com o meu pai e foi para minha casa eu não gostei daquilo, fiquei com ciúmes do meu pai, ele te deu tanta atenção que fiquei com raiva e passei a te ignorar. Antes de começarmos a ter algo eu tinha um rolo complicado com um primo de segundo grau, a gente parou de ficar juntos e ele saiu de Londres, sete anos depois do nosso casamento ele me ligou dizendo que tínhamos um filho juntos, o Pietro, eu fiquei desesperado, fiz um teste de DNA quando eles vieram a Londres e deu positivo. — ele fez uma pausa para respirar fundo e continuou. — Meu primo tinha ido embora de Londres já grávido, ele sabia e não quis me contar, só me procurou porque o menino dizia querer me conhecer, então ele atendeu ao pedido do garoto. O Pietro tem a mesma idade do Felipe, só é um mês mais velho.

— Você podia ter me contado, escondeu isso de mim durante anos... — deixo as palavras morrerem pela vontade de chorar.

— Eu não queria perder você, agora eu sei que você não teria me deixado se tivesse te contado, mas naquela época eu não tinha muita mentalidade, fazia as coisas por impulso. — seu rosto ganha uma expressão de derrota. — Você precisa saber de outra coisa. — não digo nada e ele continua. — Eu... Só me aproximei de você... — ele volta a chorar. — Seu pai pediu, ele me ofereceu dinheiro para me aproximar, te conquistar e te fazer esquecer do seu ex-namorado...

— O quê?! VOCÊ FEZ UMA COISA DESSAS? — acabo rindo de nervoso. — Então foi tudo uma mentira? Foram quinze anos numa farsa criada por você e o meu pai?

Um Amor com Barreiras (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora