Michael jogou a cabeça para trás, suspirando pesadamente. Ainda não podia acreditar que aquilo havia realmente acontecido. Poderia ser um sinal de que o Universo estava começando a sorrir para ele?
Endireitou-se na cadeira, pegando o CD sobre a mesa e dando mais uma rápida olhada antes de colocá-lo para tocar.
A maioria das faixas eram curtas e não possuíam nada de extraordinário ou inovador, mas Michael sentia um arrepio diferente a cada frase proferida pela voz áspera e melodiosa que acompanhava os instrumentos.
"Já não basta ser lindo, ainda tem que cantar perfeitamente bem?", se perguntava.
Permaneceu ali por longos minutos, ouvindo e re-ouvindo as faixas e fazendo algumas anotações sobre as coisas que o agradavam ou não. Normalmente ele só o descartaria como faz com todo material que julga não ser bom o bastante, mas aquele era um caso especial. E, se ele queria mesmo se aproximar de Luke, ele precisaria de algo com o quê começar.
Ao fim de seu expediente, Michael juntou suas coisas — fazendo questão de lembrar-se de guardar o CD em sua bolsa — e apagou as luzes da sala, trancando-a logo em seguida.
— Até amanhã, Pablo. — disse ao barman que agora se empenhava em reorganizar as bebidas da prateleira. — Tente não ficar muito tempo por aqui, o Sol já está quase se pondo.
— Tente não pensar muito no garoto de ouro. — provocou, rindo consigo mesmo.
Michael lançou-o um olhar ameaçador, mas sua mente já estava criando milhares de cenários de como começar uma conversa com o rapaz.
— Vá pro inferno. — retrucou, rumando em direção a porta.
O caminho até em casa pareceu estranhamente mais curto. Michael caminhava a passos vivos, apreciando cada batida da música em seus fones de ouvido e reparando nas ruas cobertas pelos tapetes de flores e folhas que caíam das árvores.
— Olá, Ed! — saudou mais animado do que o normal. — Como vão as coisas por aqui?
— As mesmas de sempre, oras. — franziu o cenho, vendo o colorido debruçar-se sobre o balcão com, um semblante pensativo. — Aconteceu algo?
— Ah Ed, eu amo aquele emprego! — disse em um suspiro.
Alfred ergueu as sobrancelhas, indo até máquina de café e, como de costume, servindo uma porção para ambos.
— Mas hein? — indagou confuso. — O que deu em você?
— Oh, nada. — disfarçou, degustando da bebida quente. — Tenho que fazer umas coisas. Até mais.
Tomou o elevador e andou apressadamente até o fim do corredor, não tardando a entrar em casa. Depois de concluir suas tarefas rotineiras, pegou em seu celular e correu até a janela, procurando pela figura loira.
Um sorriso tomou seus lábios quando o avistou. Correu os olhos por sua modesta lista de contatos, clicando no de Luke e mandando uma mensagem.
Mike
oi, Luke! tudo bem?Mike
queria dizer q ouvi a demo de vcs e gostei bastanteLuke
Isso quer dizer que vamos poder tocar aí no sábado?Mike
não é bem assim hahaMike
ainda tenho q apresentar a idéia para meu
supervisor e aí vão ter vários detalhes pra resolverMike
mas como o Ash e eu somos colegas,
eu vejo oq posso fazerLuke
Ah, sério? Mto obrigado!Luke
Me avise quando tiver notíciasMike
pode deixaroioi gente, como vão?
confesso que esse cap tbm não foi um dos melhores, tô começando a me perguntar oq fazer da vida com essa fic
espero q estejam gostando, não se esqueçam de votar, compartilhar e comentar <3
- Allie.
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- Da Janela. [ muke ]
FanfictionAquela em que Luke passa as tardes e noites na sacada, entretendo-se com os sons da cidade enquanto Michael o observa da janela de seu apartamento. @nightlywish. 2019. (fanfic inspirada na canção de Terno Rei, intitulada "Da Janela")