Aquela em que Luke passa as tardes e noites na sacada, entretendo-se com os sons da cidade enquanto Michael o observa da janela de seu apartamento.
@nightlywish. 2019. (fanfic inspirada na canção de Terno Rei, intitulada "Da Janela")
Michael suspirou, empurrando suas anotações para longe e deixando de lado o instrumento. Passou as mãos pelo rosto e deitou-se de barriga para cima. Já estava ali há um bom tempo e continuava cometendo o mesmo erro repetidamente.
A maioria das canções eram relativamente fáceis, já que seguiam um mesmo padrão, mas aquele maldito solo... Ah, Michael estava prestes a enlouquecer.
— Sabe que dormir nos ensaios não vai ajudá-lo, né? — o colorido abriu os olhos, vendo Luke de pé com um semblante divertido.
— Ajuda a me manter são. — retrucou. — Estou perdendo a cabeça aqui, Hemmings.
O loiro riu, sentando-se ao seu lado.
— Quanto drama. — provocou, passando a língua pelos lábios. — Anda, vou lhe mostrar como tocar de verdade.
— Você não deveria ser tão convencido assim, Hemmings.
— Sério? — sorriu. — Não sou eu quem não consegue tocar um acorde apenas uma casa abaixo, Clifford.
Michael estalou a língua, incrédulo.
— Ei! — defendeu-se. — Não é tão fácil quanto parece ser...
— Isso é porquê ainda não conhece as minhas incríveis técnicas. — gabou-se, empinando o nariz.
— Deus, quando foi que você ficou assim, hein?
E em meio à provocações e risadas, o resto da tarde passou voando para ambos rapazes, que ajudaram-se durante todo o ensaio.
Quando os relógios marcavam as seis, entretanto, ainda havia muito para ser melhorado e o quarteto começou a preocupar-se com o tempo limitado. Não podiam dar-se ao luxo de permitir que algo corresse errado, tudo precisava sair de acordo com o apresentado nas gravações ou eles estariam em uma situação complicado.
— Tá bom, e se fizéssemos algumas horas extra de ensaios? — Calum sugeriu.
— Mas onde? — Ashton interpôs. — A loja logo irá fechar.
Um silêncio tenso caiu sobre os quatro por um instante.
— Hum... Meu apartamento não fica muito longe... — Michael encolheu os ombros.
— Mas o barulho não seria um problema? — o loiro indagou, apreensivo.
— Nah, o prédio já é bem antigo e está quase deserto. — deu de ombros, fitando-os. — E aí?
Calum jogou o instrumento por sobre os ombros e deu um passo a frente.
— Terá de servir. — concluiu. — Não é como se tivéssemos outra opção, mesmo.
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Naquele horário, Alfred já havia terminado o seu expediente e a portaria ficaria vazia até que o funcionário do turno da noite chegasse, o que quase sempre levava algum tempo. O silêncio absoluto só fora quebrado pelos ruídos de quatro homens carregando equipamentos pesados caminhando a passos largos pelo térreo.
— Mi casa es su casa. — o dono do brincou ao abrir a porta e dar passagem para os três. — Só não a destruam, eu imploro.
— Relaxa, Mike, — Ashton, que já tinha certa familiaridade com o ambiente, jogou-se no sofá com uma latinha de cerveja dançando nas pontas dos dedos. — Vamos ser bons garotos.
Michael revirou os olhos enquanto ia até a cozinha, pegou mais três latinhas na geladeira e voltou para a sala de estar, empurrando as pernas do cacheado de cima do estofado para sentar-se ao seu lado.
— Senta aí, gente. — convidou, entregando-os as bebidas antes de abrir a sua. — Vamos recuperar o fôlego antes de qualquer coisa.
— Me lembre novamente por que tivemos de usar as escadas. — Calum reclamou, expirando aliviado ao ingerir a bebida gelada.
— Como já disse, o prédio é antigo e os elevadores vivem dando problema, — explicou, relaxado. — Não queria arriscar mais três pessoas.
— É muito gentil da sua parte. — Luke diz baixinho, arrancando risadinhas de Calum e Ashton. — Nos deixar vir para cá, quero dizer.
— Valeu, Luke. — Clifford sorri e volta a beber para aliviar o calor repentino no rosto, sentindo aquele incômodo no estômago fazer-se presente novamente. — A companhia é bastante agradável, na verdade.
Os demais rapazes presentes trocaram olhares cúmplices acompanhados de sorrisos maliciosos.
— Luke, por que não ajuda o Mike com suas partes? — Irwin sugere, arqueando uma sobrancelha. — Cal e eu vamos trabalhar nos arranjos.
O loiro franziu o cenho, percebendo que havia algo de suspeito em suas ações, mas preferiu deixar de lado e acabou concordando mesmo assim, seguindo o anfitrião até o outro lado da sala.