Capítulo 21 - Amin/ Isabelly

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Amin

Não estava acreditando que ela havia me ligado. Estava em êxtase e ao mesmo tempo enfurecido, já que eu ligava para o seu número e não completava a ligação. Ela só podia ter me bloqueado, droga! Havia mandado diversas mensagens no whatsapp dela, porém as mensagens eram apenas enviadas.

Alguém bate na porta e abre uma fresta.

- Amin, meu querido. Seus primos estão preocupados com você. – Mary diz, enquanto eu ando de um lado para o outro. – Já está escurecendo e você não saiu deste quarto pra nada, está me preocupando, meu menino, o que aconteceu?

- Ela me ligou, Mary.

- Oh! – Mary exclama com as mãos na boca. – Isso é maravilhoso!

- Mas agora ela não me atende. A ligação nem chega completar. Já não sei o que fazer. – Passo as mãos em meu cabelo com impaciência.

- Calma, querido. Você precisa comer um pouco, distrair a mente, aproveite a presença de seus primos e depois, mais calmo, você tenta ligar novamente. – Balanço a cabeça negativamente.

- Não posso. – Clico mais uma vez em seu nome no celular, mas nada acontece. – Droga! – Jogo o celular longe. – Será que aconteceu alguma coisa com a minha preciosa?

- Ah, menino... – Mary se aproxima e passa sua mão carinhosamente em meu rosto. – Vejo que o bichinho do amor te picou...

- Mary, impossível não me apaixonar por aquela mulher, Isabelly é linda, inteligente, diferente de todas que já estive. Encantei-me desde a primeira vez que a vi. Sinto-me vazio sem ela aqui.

- E por que está sozinho aqui ainda?

- Não é tão fácil como você pensa. – sorrio de canto e sento-me na beirada da cama.

***

Isabelly

Depois que saí da emissora, peguei meu carro no estacionamento e saí um pouco para espairecer. No caminho liguei para o Nick e avisei que naquele dia ele não precisaria buscar o Theo na escolinha. Eu queria ficar sozinha com o meu pequeno, por isso o buscaria.

Não estava em condições de entrar em casa e fingir uma coisa que não estava vivendo, eu não estava bem, a saudade e a tristeza corroíam o meu ser toda vez que me lembrava dele. Apenas Theo me entendia, apesar de não saber de nada, eu não precisava forçar um sorriso com ele.

Aquele menino é muito especial e não tem noção do quanto ele é importante para mim.

Eu tentava a todo custo preencher meus momentos, ora brincando com Theo ou apenas me concentrando em algo novo para minha vida e trabalho. Passei por tantas coisas e sempre tive como meu apoio meus pais e irmão, porém, agora eu sofria sozinha. Não podia preocupá-los por causa de uma pessoa que nunca mais eu veria.

Precisava me reestruturar e seguir minha vida, Theo dependia exclusivamente de mim.

- Mamãe! – ouço a voz daquele serzinho gritar, assim que Joana abre o portão da escolinha. Ela coordenava a escola e antes de sair da Seja avisei a ela que eu buscaria meu pequeno um pouco mais cedo hoje e eles já estavam a minha espera.

- Meu pequeno. – Ajoelho-me diante dele e o abraço. – Mamãe veio te buscar, gostou?

- Eu amei. – Ele agarra meu pescoço. – Será que podemos tomar sorvete?

- Claro, meu bem. – Sorrio.

Despeço-me de Joana e pego nas mãos do meu príncipe. Théo sempre foi uma criança tranquila e adaptou-se rapidamente à rotina da escola. A convivência com outras crianças de sua idade, ajudou em seu desenvolvimento e socialização. Caminhamos em direção ao carro e ele vai me contando como foi o seu dia na escolinha com seus amigos.

Quando descobri que estava grávida, fiquei em choque e desesperada. Estaria sozinha com um bebê, enfrentando um mundo preconceituoso e difícil. Mas, mesmo diante das dificuldades e das circunstâncias, em momento algum passou por minha cabeça interromper a gestação, até mesmo alguns dos profissionais da saúde que acompanharam o meu caso, aconselharam a desistir da gravidez, afinal, era um direito meu.

Independente de qualquer coisa, uma vida já existia e estava sendo gerada, cabia apenas a Deus o destino dela. Segui em frente e fui recompensada, pois Théo, desde o primeiro momento de vida só me deu alegrias, e juntamente com minha família pude superar os obstáculos e criar meu filho em um ambiente de amor e cuidados.

- Mamãe.

- Sim, Theo. – abro a porta do carro, jogo a sua mochilinha no banco e depois o pego em meus braços.

- Vai demorar muito para eu ir no banco da frente com você?

- Um pouquinho.

- Odeio ir sentado nesse banquinho.

- Mas é para sua segurança, lembra-se do que já conversamos?

- Sim, eu sei... – ele bufa, enquanto passo o cinto sobre seu corpinho.
- Que tal se fossemos no Mc Donalds®, pedimos nosso lanche no carro e depois vamos ao parque. – Mal termino de falar e ele todo empolgado fala:

- Igual a um piquenique?

- Exatamente, só não teremos uma toalha e nem os lanchinhos gostosos da vovó.

- Ah, mamãe, não tem problemas. Os lanches da vovó nem são tão bons assim. – arregalo os olhos. – Segredo, tá? – ele diz e coloca o dedo indicador em frente à boca.

Sorrio balançando a cabeça. Era incrível como ele tinha o poder de me fazer sorrir e transformar aquele dia terrível em um dia normal e mais calmo. Fecho a porta e dou a volta sentando-me no banco do motorista, ligo o carro e logo estamos a caminho da alegria e diversão.

*

- Mamãe. - Theo chama a minha atenção, enquanto o empurro no balanço. – Por que não podemos voar como as aves no céu?  Seria muito legal, se pudéssemos ir pra outros lugares...

- Que pergunta é essa, meu filho?

- Responde, mamãe.

- Como as aves no céu, nós não podemos. Mas podemos nos sentir como ela, quando viajamos de avião. Deus fez cada espécie com o seu dom em especial. O nosso é andar, sentir, ver e ouvir.

- E as aves não fazem isso?

- Depende... Elas voam, andam um pouquinho quando aterrissam, sentem quando alguém as machuca, algumas enxergam bem outras, um pouco embaçado.

Ele me interrompe:

- Igual a mim? Então eu sou uma ave?

- Theo! – Chamo sua atenção, parando de balançar. – Posso terminar?

- Pode. – diz soltando uma gargalhada.

- Elas não ouvem, já que não tem o ouvido, mas elas possuem estruturas importantes que a fazem identificar o som. É complicado... – Sorrio. – Mas você não é uma ave. Sabe o que nos diferenciam deles?

- O quê, mamãe? – ele grita enquanto aumento o impulso do balanço.

- O sentimento. Nós amamos, nós nos ferimos. Podemos magoar e pedir perdão. É o nosso dom de Deus.

- Perdoar é fácil, mamãe? – ele pergunta. Engulo em seco lembrando-me de Amin.

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Heeeyy!!!!
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Ahh!!! Convido a tds para lerem a história que estou escrevendo em parceria com a minha amiga Camila de Almeida, "Aonde foi que me perdi..." ❤️ É só procurar no wattpad o nosso perfil e adicionar a história em sua biblioteca...  Ficarei muito feliz em ter a companhia de vocês lá também.
Beijos, Nina.

Um amor em Dubai [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora