Capítulo 3 - Isabelly

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— Fecha a boca, Isabelly. — Pedro me cutucou, rindo da minha cara e eu saí do estado abobalhado em que me encontrava.


— Meu Deus, se o aeroporto é assim, não consigo nem imaginar o que eu verei neste lugar.

— É assim mesmo. O Pedro está caçoando de ti, mas ficou com a mesma cara de bobo quando veio aqui pela primeira vez, não ligue para ele, menina. — João, um dos nossos câmeras e marido de Jana, minha amiga, era quase um cinquentão, mas muito bonito, e tratava-nos como seus filhos. Pedro, que sempre me acompanhava nas gravações, adorava “pegar no meu pé” e sempre arrumava um jeito de fazer piadas comigo.

— Eu nem ligo mais, João. E pode falar o quanto você quiser, estou deslumbrada mesmo com tudo isso. –— Apontei discretamente o dedo para o aeroporto.

O lugar era fabuloso. Além de ser grande, aquilo estava mais para um shopping do que um aeroporto, havia inúmeras lojas que mostravam seu requinte, ambiente exibindo paisagens como se fossem naturais, tinha até uma pequena cachoeira com umas palmeiras em volta. Tudo exalando luxo e muito bom gosto.

— Vamos pessoal, temos um tempinho de descanso antes da noite do reconhecimento. — Antes que Duda começasse a detalhar o que seria a sua noite, saí puxando minhas malas.

— Aonde você vai?  — Pedro questionou.

— Mc Donalds. — Apontei para o fast food à minha frente.

— É magra de ruim, heim. Está pior que frieira. — Ignorei o comentário de Pedro e as risadas de Duda e João e fui saborear o meu lanche.

***

            Grande era um eufemismo em relação àquele lugar. Tudo era imenso. No pequeno percurso até o hotel, quinze minutos do aeroporto, eu não tirei os olhos da janela, arranha-céus a perder de vistas, lindas paisagens, pessoas de diferentes culturas transitando, tudo muito agitado, confirmando a intensidade da maior cidade dos Emirados Árabes Unidos.

            O hotel em que ficaríamos hospedados era fabuloso, perto de vários pontos turísticos como o Burj Khalifa (o maior arranha-céu do mundo) e a praia Jumeirah, além de várias outras opções de lazer. Duda e Pedro já faziam planos para os intervalos de gravações e por esse motivo dividiram o mesmo quarto. João e eu ficamos com os dois quartos individuais. A decoração era moderna, clara e aconchegante, além da enorme cama, havia um ambiente com uma mesa de trabalho, o que facilitaria e muito a minha vida nos dias seguintes. Assim que terminei a inspeção pelo meu quarto, fiz uma chamada de voz pelo whatsapp e conversei com minha mãe e com meu príncipe.

— Oi, mãe!!! — digo, assim que mãe atende a chamada.

— Oi, minha filha... — ela boceja. — Já chegou? — Estamos a seis horas de diferença e graças a Deus, ainda é um bom horário para que possamos matar a saudade.

— Sim, estou ligando para avisá-los e também... — arranho a garganta — para ver o Theo.

No fundo eu já sabia que me sentiria assim, insegura, mas a saudade que já estou dele e de seus abraços é maior que tudo, está me deixando ansiosa para que esses dias passem voando e eu volte logo para o nosso lar. Tudo bem que meu outro lado quer que cada momento aqui seja vivido em câmera lenta, já que estou deslumbrada com cada em canto que olho.

— Mas, minha filha, desgruda um pouco desse menino! — Ela se levanta e logo meu príncipe aparece na tele. — Theo...

— Sim, vovó.

— Sua mãe está te vendo. Não queria falar com ela?

— Mamãe! — Theo diz.

Sinto meu coração bater mais forte. Sem esperar uma lágrima sai dos meus olhos, estou emocionada vendo meu pequeno de pijama e me chamando carinhosamente como sempre faz.

Um amor em Dubai [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora