Capítulo 33 - Amin/ Isabelly

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Amin

5 dias depois...

O sol começava a nascer no horizonte. Isabelly dormia tranquila ao meu lado. Já estava admirando a minha noiva há algum tempo, o semblante sereno, os cílios enormes, o nariz arrebitado e a boca carnuda que me levava à loucura de várias maneiras. Minha preciosa é a mulher mais linda do mundo, meu mundo, minha vida, minha metade...

Levantei silenciosamente e caminhei até a varanda, observando os raios que despontava adiante. Dentro de duas horas encontraríamos meus pais para um passeio a Sir Bani Yas. Não imaginei que Théo derreteria tão rapidamente o coração de gelo de Said Mansour, porém foi isso que aconteceu. As lembranças daquele dia vieram com força total.

Assim que coloquei meus pés no último degrau pude presenciar uma das cenas mais lindas da minha vida, claro depois de ter visto a Belly pela primeira vez.

Observando a cena, vi meu pai abraçado a Théo e lágrimas caíam em abundância de seus olhos.

- Você está chorando por minha causa, vovô? – Théo em sua inocência perguntou ao meu pai. Pensei que o velho árabe fosse dar uma de suas respostas soberbas, mas para minha surpresa, papai abraçou mais uma vez o meu filho.

- Não, Théo. Estou chorando em agradecimento a Allah por ter me concedido um neto como você. - meu pai respondeu um pouco devagar no seu português enrolado.

- Não chore. Eu prefiro os sorrisos. Olhe! – Théo apontou para a própria boca e abriu um sorriso. – Faça como eu, vovô. Vamos sorrir.

Minha mãe saiu do seu lugar e juntou meu pai e Théo em um grande abraço, ao final dele, ouvi um som que há muito não ouvia de meu pai. Uma sonora gargalhada saiu dos lábios do velho árabe. Foi neste momento que os seus olhos encontraram os meus. Meu pai foi meu herói desde pequeno, mas havíamos perdido aquela ligação ao longo do tempo. A soberba, o autoritarismo e a amargura foram deixando um vazio entre nós, no entanto, pelo brilho nos olhos de meu pai, mesmo que nublados pelas lágrimas, eu sabia que ele voltaria a ser o meu herói. Théo havia buscado a essência do poderoso Said Mansour.  Papai levantou-se e veio caminhando em minha direção. Não esperei que chegasse até mim, lancei-me em seus braços e choramos muito. Me senti um menino naquele momento.

As lágrimas lavavam a dor, a mágoa e a tristeza que qualquer atitude nossa havia deixado.

- Sua família é linda, meu filho. Allah te deu um grande presente.

- Obrigado, pai. Mas essa é também a sua família. Somos um elo da corrente Mansour e como tal devemos ficar unidos, sempre.

- Assim será, meu filho. Assim será.

Olhei para Isabelly e vi o sorriso lindo em seu rosto. Ali estava a prova que tudo ficaria bem. O momento de ser verdadeiramente feliz finalmente havia chegado.

Os encontros com meus pais eram frequentes, a verdade era que se passássemos dois dias sem vê-los, o senhor Said Mansour aparecia em nossa casa e o sermão era certo. Mamãe estava comprando o enxoval para um exército, já que tudo de diferente que via, comprava para o nosso bebê.

Quem recebeu a notícia com muita alegria também foi a família de Isabelly. O senhor Anestor e a dona Lourdes ficaram eufóricos com a novidade. Eles, juntamente de meu cunhado, viriam na próxima semana. O assunto "moradia" ainda não havia sido discutido entre Isabelly e eu, mas era algo que não demoraria a acontecer. Minha preciosa ainda teria mais alguns dias de férias e essa decisão seria tomada com muita calma e compreensão.

Estava ainda preso em pensamentos quando senti o perfume de Isabelly e seus braços rodearem a minha cintura.

- Bom dia, meu amor.

Um amor em Dubai [[Completo]]Onde histórias criam vida. Descubra agora