Um amor em Dubai [[Completo]]

Capítulo 15 - Amin \ Isabelly

Amin

- Bom dia, meu filho. – Afastei-me de Isabelly e vi mamãe em toda a sua beleza parada próxima à mesa. Como ela entrou sem ser anunciada? Ah! Mary, com certeza. As duas são unha e carne e a presença de Isabelly aqui não ficaria escondida. Abri meu melhor sorriso e respondi:

- Mamãe, bom dia. – Notei Isabelly enrijecer ao meu lado. Levantei-me juntamente a minha preciosa e não tirei as mãos dela. – Pelo visto foi informada que eu estava aqui e acompanhado. – Eu falava em inglês e mamãe pensou que por isso poderia me responder em árabe que minha acompanhante não entenderia.

- Amin, quando Mary me disse que estava preparando a mesa de café da manhã especial para você, perguntei o motivo, na verdade pressionei muito, você me conhece... E obtive a resposta que queria. Por isso vim conhecer sua namorada.

Respirei aliviado quando percebi que mamãe veio em paz. Meu interesse por Isabelly estava ficando maior a cada dia, enraizando em mim. Não sei o que o futuro nos reserva, mas quero minha preciosa em minha vida e, nada melhor que a aceitação de minha mãe, já que a aprovação do meu pai será mais difícil.

Surpreendendo-me, Isabelly soltou minha mão e sorrindo, aproximou-se de mamãe.

- Prazer, senhora Mansour. Sou Isabelly Araújo. – Mamãe assustou-se quando ouviu o árabe perfeito falado por minha preciosa e para espanto de Isabelly, mamãe, abraçou-a fortemente.

Notei que os olhos da matriarca da família Mansour estava brilhando e uma lágrima rolou em seu rosto, sendo enxugada rapidamente. O gesto poderia ter passado despercebido por qualquer outro, mas não por mim, que a conhecia bem.

- Muito obrigada, Allah, por ouvir as minhas preces. – Mamãe disse e ergueu as mãos para o alto, agradecida. – Agora meu menino tomará juízo e será um homem de família.

- Mãe, – ralhei – desse jeito Isabelly vai pensar mal de mim. Venha, sente-se conosco para o desjejum.

Antes de tomarmos nossos lugares, ouvi mamãe e Isabelly conversando...

- Nada de senhora, me chame de Lyah.

O restante da manhã passei admirando a interação de mamãe, Isabelly e Mary. A conversa fluída, o riso solto, a harmonia, tudo fazia parecer que elas se conheciam há anos. Mesmo não sendo praticante, agradeci a Allah por esse acontecimento. Para mim, era um sinal que a minha escolha estava certa.

*

Isabelly

A senhora Mansour, ou melhor, Lyah era uma mulher muito bonita, apesar de sua vestimenta dava para perceber pelas suas expressões que ela tem no máximo uns 55 anos, mas sua alma era tão jovem que poderia se passar por mais nova e ninguém perceberia. A não ser durante a conversa, quando ela soltou um dos seus sábios conselhos, deixando-me intrigada e pensativa a manhã inteira. Lyah olhou em meus olhos e sorrindo me disse:

- Linda menina, tenha cuidado com seus segredos e de quem você os esconde. Talvez seja a hora de se abrir e permitir que alguém tome conta de você. Por maiores que tenham sido os problemas lá atrás, o seu futuro tem a necessidade de sabê-los, para que possa deixar cicatrizar ou até mesmo curar aquele trauma. Não deixe que o medo te impeça de ser feliz. - ela falava, enquanto passava sua mão sobre meus cabelos. - Irei orar por você, para que Allah lhe dê sabedoria e que seja muito feliz. Toda mãe quer que seu filho seja feliz.

- Sim, verdade... Eu quero muito que... - quase falei o nome do Theo, quando percebi minha falha, mudei de assunto. - Liah, ahn... - arranhei a garganta.

- Gostaria de algo, querida? – ela perguntou, com seu olhar suave, porém questionador.

- Sim. - disse empolgada, na esperança de que não tenha percebido minha gafe.