Capítulo 19 - Isabelly\ Amin \ Isabelly

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Isabelly

Estar em casa novamente era extraordinário, ainda mais tendo meu menino tão perto e podendo cuidar dele a minha maneira. Óbvio que meus pais e meu irmão cuidavam dele muito bem, mas nada como uma mãe. Eu fazia tanto por Theo, e ao mesmo tempo me sentia tão protegida com ele.

Esses três dias que se passaram, pude ficar em casa para cuidar do meu filho e também ajeitar minha vida pós-viagem. Não vou dizer que está sendo fácil, a saudade às vezes vem e aperta em meu peito, o choro também acompanha essa dor e quando me perguntam o porquê estou chorando, apenas digo que choro pelo o que aconteceu com o Theo. Não quero preocupar ninguém com a minha saudade constante, até por que eu sabia que não haveria um futuro para Amin e eu. Minha vida já estava completa antes mesmo dele aparecer, assim eu pensava.

- Filha, estou te achando muito estranha.. - mamãe diz, enquanto termino de ajeitar alguns brinquedos que o Theo deixou em meu quarto.

- Coisa da sua cabeça, mamãe.

- Não é não, Isabelly. Te conheço e não é de hoje, você está me escondendo algo... - ela se senta na cama, encostada na parede, e me chama para sentar ao seu lado.

- Mãe, por favor. - engulo em seco.

- Venha aqui, querida... - ela bate no colchão. - Deite sua cabeça em meu colo, minha menina... - sorrio tentando ser forte. - Quando se sentir confortável em me dizer estarei aqui apenas pra te ouvir, não irei te julgar seja lá o que for. - passa a mão em meus cabelos, e isso era tudo o que eu mais precisava.

Por mais que eu tentasse ser forte todos esses dias, aquele gesto me desmontou e apenas me sentia a "sua menina", precisando do seu afago de mãe, do seu colo onde me permitia chorar e ser apenas uma menina e suas dores do amor. Colo de mãe tinha lá os seus efeitos e quando menos esperei entre fungadas e soluços, comecei a contar tudo o que aconteceu e dos momentos maravilhosos que eu tive com aquele homem que não saia dos meus pensamentos.Minha mãe, em momento nenhum, julgou-me. Apenas olhou-me com um olhar complacente e deixou-me chorar a minha dor.

*

Amin

- Droga, droga, droga. - meu assessor me olhou de canto e preferiu manter-se calado. Melhor assim.

Não estava nos meus melhores dias, aquela mulher roubara todas as minhas forças e eu mal sabia o que fazer com a minha vida.

- Senhor Amin, se quiser posso voltar em outro momento.

- De maneira nenhuma, preciso me recompor. - Pego os papéis em minha frente e tento me concentrar naquele bendito documento.

Meu humor estava terrível naqueles dias, ninguém queria ou ousava cruzar meu caminho a não ser minha mãe que às vezes me ligava. Quando via seu nome na tela do celular recusava a ligação, mas ela insistia, ligava novamente e eu só tinha sossego quando a atendia e conversava por alguns minutos com ela. Meu pai por outro lado, não notou minha súbita mudança de humor, ele sempre amou esse meu lado racional, dizia que assim os negócios iriam pra frente. Enfiei-me no trabalho durante esses dias e apenas desviei do foco quando o motorista do Brasil enviou por mensagem o endereço de Isabelly, confesso que fiquei tentado em ir ao encontro dela. Mas o que eu faria lá? Se ela omitiu toda sua vida, com certeza não me queria.

O destino me pregou uma peça e contribuiu para ela fazer comigo o que antes eu fazia com as outras mulheres. Mentia e as deixava louca de amor.

Na terceira noite sem ela, me senti tão enfurecido com tudo que liguei para um serviço de acompanhante, queria esquecê-la, por mais recente que fosse queria tirá-la de mim, do meu sistema. Mas não foi isso que aconteceu, quando a mulher chegou e veio tentar me seduzir, eu paguei e a dispensei, sem pensar ou querer alguma coisa.

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