Capítulo 53: Irmão juramentado

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 Andando pelos corredores rochosos da caverna, tendo a espada na mão direita e uma tocha na esquerda, percebi que o lugar emana magia de suas paredes, que brilham, ou melhor, piscam com energia azul, como luzes de natal em sincronia. Por algum motivo, isso deixa Neko nervosa, estando com um olhar assassino e as garras prontas para partir em pedaços a primeira coisa que se mover no escuro.

– Amado, algo está acontecendo. – Neko parou, alerta.

As paredes brilharam mais forte, então o chão sob nossos pés simplesmente sumiu. Me vi pairando no escuro, como se vagando no espaço. Um clarão apareceu, com imagens rápidas e estranhas.

Uma mulher humana anda por um cemitério de estátuas de Maoes. Ela vai até uma em específico, chorando aos pés da estátua.

Eu continuo esperando no escuro. Todas minhas tentativas de criar uma cura foram frustradas. – ela abraça a estátua – Preciso que você acorde e nos salve. Quero que me leve para casa, de onde nunca deveríamos ter saído.

Em outra imagem, a mulher já está velha, de cabelos brancos.

Você continua em seu sono congelado... Vou continuar tentando. Por mais que minha vida esteja se indo, você é a promessa que manterei. Vou lhe curar, meu amor.

O escuro sumiu em um brilho azul. Neko estava caída mais a minha frente, de volta ao corredor cavernoso.

– Isso foi... Uma visão do que aconteceu aqui?

Neko me olhou confusa, ficando olhando em volta.

– A magia nesse lugar gravou os momentos como um orbe de memórias.

– Estamos andando a mais de hora por esse labirinto cavernoso. Será que... – vi um pequeno brilho mais adiante – Achamos? – O sentimento de que o caminho veio até mim, me perturbou por um momento, mas saí correndo em direção ao final do corredor.

Cruzei uma porta de metal aberta, sendo um laboratório. A origem do brilho, é a magia pulsando fraca no teto do laboratório todo destruído. Olhei em volta, iluminando com a tocha, encontrando um esqueleto com vestido esfarrapado em uma cama do que um dia foram panos no chão. Em suas mãos, o esqueleto tinha uma caixinha de madeira.

– Tome cuidado, nya. – Disse Neko, séria, ainda apreensiva.

Me aproximei e peguei a caixa de madeira, com os ossos dos braços do esqueleto caindo. A coloquei sobre uma bancada de pedra e abri, tendo dois frascos de poção de cor amarela brilhante.

– Encontramos. – olhei para Neko – Consegue saber o caminho de volta? Entramos em tantos corredores, que....

– Não será preciso nya. – ela apontou para o teto – Observe.

Fiquei encarando o teto. Diferente das paredes da caverna, a energia do teto brilha formando um círculo mágico.

– Isso é...

– Círculo de teleporte.

– Consegue ativar?

– Nya. – Ela assentiu.

Neko pegou uma pedrinha e desenhou exatamente o mesmo círculo mágico que brilhava no teto, no chão com a pedrinha. Ela me puxou pela mão, me colocando no centro do círculo, se abraçando em mim. Quando o círculo de energia brilhou no teto, sua energia refletiu no círculo no chão, que também brilhou. Em um piscar de olhos, estávamos no meio de um campo, do lado de fora da vila.

Achei fácil demais. Não encontrei nenhum monstro, armadilha ou desafio, além de não me perder no labirinto de corredores graças a Neko. Quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Um Gamer em Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora