Capítulo 16: Primeira missão

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 O primeiro dia na nova cidade foi corrido, mas deixei tudo organizado, para poder partir para a missão sossegado. Paguei uma carruagem na entrada da cidade para nos levar até o local da missão, Softing. Pensei que seria cara a viagem, mas custou apenas duas moedas de ouro por pessoa, e Emi não conta como pessoa, mas como propriedade, um objeto, então não pagou. Estrea ficou sem dinheiro de novo.

– Dominic, você sempre foi solitário? – Perguntou Estrea para quebrar o silêncio que durava horas durante a viagem.

Permaneci olhando a paisagem pela janelinha da carruagem, pensando sobre as coisas que ainda não entendo sobre esse mundo, e sobre o status de Herói.

– Mais ou menos. No início, me isolei, mas queria estar junto com os outros. Queria festejar, queria fazer amizade com os outros, mas o preconceito contra Onis me fez me isolar para proteger meus servos. Não que tenha adiantado muito, já que quando me separei deles por alguns minutos, um deles foi morto.

Minha falta de interesse no assunto, nem desviando o olhar da janelinha, deixou claro que não quero conversar sobre meu passado, e Estrea entendeu o recado não dito, se calando. Assim seguimos mais boa parte da viagem, até pararmos em uma pousada a beira de estrada.

– Minha bunda tá doendo de tanto ficar sentada. – Resmungou Estrea ao descermos da carruagem, entrando na pousada com cinco cavalos amarrados em um poste com um enxame de mosquitos em torno do lampião, do lado de fora.

Entramos no lugar, sendo silencioso demais para uma taverna. Todos bebiam em silêncio, acontecendo conversas rápidas e moderadas vez e outra.

– Um quarto por uma noite, com janta e café da manhã inclusos, por favor. E nos traga duas garrafas de hidromel.

– Vinte e cinco taels de prata.

Paguei, indo para a mesa. Enquanto esperava a bebida, abri meu status. Falta pouco para upar. Level oito foi considerado level alto pela líder da guilda de Strand. Me pergunto qual o level mais alto que uma pessoa comum já chegou. Level oito não deve ser grande coisa, já que até Estrea está nesse level.

– Acho que conseguiu admiradores. – Sussurrei para Estrea, quando dois, dos cinco homens sentados duas mesas ao lado da nossa, vieram até nós.

– Você é de Budar ou Strand?

– Ou é de fora? – Perguntaram, parecendo guerreiros fortes. Ambos homens musculosos, de barba negra e cabelo raspado nas laterais, com o primeiro sendo mais alto que o segundo.

Estrea me olhou sem saber o que responder. Eu apontei para o peito dela, com sua plaqueta estando para fora.

– Strand. – Respondi por ela.

– Gostaria de negociar? A guilda de Strand é muito mais ativa no comércio entre os membros, que a guilda de Budar.

– São Bravos de Budar? – Perguntei, sem nem saber de onde estão falando.

– Sim. – Afirmou o mais alto. Acenei para sentarem com a gente – Me chamo Loan. – se apresentou, tendo uma espada larga nas costas – E esse é meu irmão, Biorn. – Ele apontou para o mais baixo, com um machado na cintura e um pequeno escudo redondo nas costas. Me lembrou um pouco o escudo de Camila.

Biorn colocou um mapa sobre a mesa, o abrindo até a metade.

– Esse mapa mágico mostra todas as nações do mundo, e ele muda de acordo com a mudança, quando uma nação é tomada por outra, ou quando alguma se expande.

– Já ouvi falar desses mapas. Dizem que o Círculo dos Magos os faz exclusivamente para os reis aliados que apoiam o Círculo. – Disse Estrea, analisando o mapa.

Um Gamer em Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora