Capítulo 63: Sonhos interrompidos

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 A campina que será cenário dessa batalha, é um bom lugar para se construir uma fazenda. O campo é extenso e com vegetação bem verde, saudável. A terra não é dura e pela cor, parece ser bem fértil. Consigo ver um riacho mais adiante, serpenteando para o interior do pequeno bosque à direita ao longe. É uma pena que será devastado por marcha, cascos de cavalos e o horror da guerra, que deixará para sempre sua mancha nesse solo.

Levantei os olhos em direção ao céu escurecido da tarde, com trovões ecoando. Pisquei rápido quando uma gota de água caiu em meu olho. Começou a chover. Desci o olhar em direção ao grande exército do outro lado do campo, nos observando, e olhei para o nosso, com milhares de tropas. Me sinto mal de ter de trazer Sombra da Noite para a batalha. Espero que essa armadura que mandei fazer, o proteja o bastante.

– Vamos manter a calma, meu amigo. – sussurrei ao me curvar de leve para frente, esfregando o pescoço de meu pégaso ao colocar a mão por baixo da cota de malha que o protege – Vamos voltar juntos para casa.

– Arqueiros!! – Gritou o nosso general que lidera essa batalha.

Estreitei o olhar ao ver duas cavalarias leves inimigas, usando arco e flechas, cavalgando até a metade do caminho até nós, onde pararam e começaram a ficar cavalgando em círculos, disparando. Fiquei nervoso o bastante para não ouvir o comando de nosso general, levando um pequeno susto quando nossos arqueiros dispararam como uma chuva da morte contra as duas cavalarias inimigas. Seis pelotões de arqueiros, seiscentas flechas caindo sobre duzentos cavaleiros. Não precisa ser um gênio para dizer que quase todos morreram, com os poucos cavaleiros sobreviventes batendo em retirada rapidamente, sem terem causado nenhum tipo de dano contra nós, pois suas flechas pararam nos escudos da infantaria.

Mas a resposta do inimigo veio, quando uma linha tênue entre o exército dele se iluminou. Estreitei o olhar, reconhecendo que tal linha luminosa, são cajados erguidos invocando magia. Arregalei os olhos, olhando em volta esperando para ver o que aconteceria. Foram sete segundos de pura tensão, até que um raio dourado caiu em meio a nossa infantaria.

Olhei para cima, com vários raios dourados cortando as nuvens cinzentas e caindo como uma tempestade de raios sobre nós.

– Comigo!! – Gritou Heron, com ele, e os outros onze magos que os acompanham, erguendo seus cajados, criando uma espécie de barreira ao alto que deteve os raios.

Quando os estrondos dos raios cessaram, o exército inimigo avançou com força total.

– Arqueiros e besteiros, disparar à vontade! Trabucos, esmaguem esses malditos!! – Ordenou o general, com trombetas soando e as bandeiras fazendo o código da ordem.

Meus olhos se iluminaram com o relâmpago que clareou todo o lugar, com flechas e virotes cortando as gotas da chuva e enormes pedregulhos sendo arremessados pelos trabucos contra o inimigo.

– Fortificar!! – Comandou Heron, então ele e os outros magos começaram a usar buffs nas tropas, no máximo que conseguiam manter.

– Cavalaria, avancem pelo flanco esquerdo do inimigo!! Infantaria leve, avance pelo flanco direito!! Lanceiros, ataquem com tudo! Infantaria pesada, acompanhe os lanceiros e sirvam de apoio, impedindo que o inimigo empurre a luta para o nosso lado!! – O general ficou dando ordem para as tropas, tendo agora conosco, cerca de mais nove batalhões mercenários, contratados de outras companhias.

Desviei minha atenção das ordens dele e olhei para Zaito de pé ao lado de minha montaria, do lado esquerdo, e Osaria de pé, do lado direito.

– Vamos passar pela batalha e atacar o general inimigo direto. Quando chegarmos nele, obviamente algumas tropas sairão da luta centrada, para virem pra cima de nós. Nesse momento, Zaito, comande os Onis e segure os inimigos o máximo possível. – ele assentiu – Osaria, quando nos chocarmos contra as tropas de elite do general com minha cavalaria, comande seus mercenários pra ficarem ocupando eles, mais na defensiva, para ganhar tempo. Você me acompanhará para isolar o general deles.

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