Capítulo 118: Tristeza e pesar

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  A tarde ensolarada era preenchida pelo som de espadas colidindo. Decidi ajudar Sheila em seu treinamento com espada. Nunca pensei que veria uma ninfa lutar com lâminas, mas fico orgulhoso por ela ter se aceitado como uma de nós e desistido de voltar pra sua floresta. Ou assim, ela diz ter feito.

– Sei que o impacto é assustador, mas não feche os olhos ao defender! – A instruí, sem parar de atacar. Obviamente, me segurando pra não exagerar com ela.

– Ah! – ela defendia com dificuldade, dando uma piscada demorada a cada impacto das espadas – Ha! – Ela apelou para sua magia de vento, me fazendo derrapar pra trás.

O espaço que criou entre nós lhe deu a oportunidade de me atacar. Sorri de canto, orgulhoso por ela saber usar cada elemento a seu favor. Infelizmente pra ela, isso é coisa de iniciante pra mim.

– Olê! – Deixei ela passar por mim ao só dar um passo por lado, deixando o pé no caminho.

Sheila tropeçou e caiu de madura no chão de terra da arena.

– Au... – ela levantou se limpando – Ganhou de novo.

– Tá indo bem, Sheila. Continue praticando e logo vai ficar mais íntima com a espada.

– Obrigada.

– Dom!! – Guinevere veio correndo até mim.

– O que foi? – Baguncei o cabelo ruivo dela ao parar ofegante diante de mim.

– A sua Oni... Emi piorou! Shion mandou te chamar para...

Nem esperei ela terminar. Saí correndo da arena. Emi piorar? Não pensei que isso fosse possível devido ao estado que ela já tá. Temo que se ela ficar pior do que isso, ela pode... Não! Não vou pensar nisso!

Entrei apressado no quarto, vendo Emi debilitada, pele e osso, com os olhos mais fechados que abertos e sem força nem de mover a cabeça para olhar em minha direção.

– Emi... – sentei ao lado na cama, segurando sua mão fria – Shion, os médicos encontraram algo?

– Nenhuma solução ainda. Aplicaram através de injeção, algumas medicinas nela, mas não parecem estarem tendo muito efeito. Ela ainda não come e não bebe, e quando forcei um pouco de comida em sua boca, ela vomitou.

– Zeri, encontraram alguma magia divina que pode curar isso?

– Desculpe, Dom. Mais de vinte sacerdotes passaram por aqui. Tentaram de tudo, mas nada teve efeito.

– Talvez eu tenha uma solução.

Virei, vendo Lampel na porta, com as mãos acorrentadas, com um guarda ao seu lado.

– O que ela tá fazendo aqui?! – Levantei furioso.

– Calma, Dom. – disse Shion. – Eu pedi para a trazerem. Ela é uma Maoe. Talvez saiba como retirar essa maldição.

– Temos outros Maoes na cidade!

– Nenhum tão antigo quanto eu.

– Lampel, se falar mais uma palavra... Apenas mais uma palavra, eu juro por todos os deuses vivos e mortos que eu corto tua língua e ela será sua última refeição antes de eu te matar!!

– Mes... Mes...

Virei, com a voz de Emi saindo como um miado rouco.

– Emi! – voltei a sentar com ela, a abraçando – Continue lutando, Emi. Eu não vou desistir de ti, então não desista também, tá bom? Eu vou continuar tentando até o fim.

Um Gamer em Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora