A manhã veio chuvosa. Terminei de me arrumar e saí do quarto, deixando Peris dormindo. Fui atrás das minhas duas companheiras, mas foram elas que me encontraram. Nono tinha o olhar distante, algo fora do comum dela, já Ikki preferiu ficar nas sombras, longe de vista.
Quando saí do palácio, Zeri me abordou no pátio.
– Eu esperei, mas você não apareceu. – Disse ela ao cruzar os braços.
– Desculpe. O que você iria me pedir?
– Para assinar o quadro que tenho com sua pintura.
Nunca pensei que os quadros que Estrea pintou de mim, fariam tanto sucesso.
– Foi mal, esqueci.
– Não importa mais. Fui designada a lhe acompanhar.
– Lyonisse? – perguntei, com Zeri assentindo – Certo. Vamos indo então. Só vou pegar minha filha, e vamos embora.
– Tens filha?
– Não. Disse que vou pegar minha filha, mas não tenho não. – Falei com ironia. Pra minha surpresa ela não se ofendeu, mas achou graça, dando uma risada.
Seguimos até a casa de Camila, onde ela já estava ao meu aguardo. Uma de suas criadas me levou até o quarto.
– Aqui. – Camila me entregou uma bolsa cheia de acessórios pra nossa filha.
Peguei e passei pra Nono, indo então até a cama, onde Lilium brincava com uma boneca de pano. A peguei no colo, fazendo cócegas em sua barriga. A risada dela é a mais linda música aos meus ouvidos.
– Dá tchau pra mamãe. Diz que mais tarde você volta. Vai passar um tempo com o papai.
Como uma garota inteligente, ela acenou pra Camila, que segurou a mãozinha de nossa filha e a beijou.
– Se comporte, filhinha. – ela me olhou – Cuide dela, por favor.
– Com tudo que tenho. – Eu e Camila demos um abraço rápido, então fui embora.
Aluguei uma carruagem, com o cocheiro não parando de falar durante o caminho, e Nono continuando com o olhar distante, mantendo o disfarce. Invés de ir direto pra vila, decidi ir pra Altinova primeiro. E como um dejavu, a cidade estava com a guarda reforçada, com a carruagem sendo revistada na entrada.
– Altinova... – Zeri ficou com um olhar saudosista – Não pisei nessa cidade, desde que a catedral foi destruída. Parece que faz anos.
Parece que ela não sabe direito a história por trás do ataque a Altinova, ou realmente não se incomoda mais com isso.
– Tem uma igreja ao pé do monte onde ficava a catedral. Se quiser pode ir visitá-la. Não vamos sair da cidade por hoje. – Falei, contente por ela não me odiar, ou acho que não, pela destruição que causei a igreja no passado.
– Obrigada. Irei assim que guardarmos nossas coisas na pousada.
Ponderei por um momento sobre ir para o palácio, para a pousada mais cara da cidade, ou pra mansão que Alabad me deu, pra eu ficar quando venho visitar a cidade. No fim, dei as direções pro cocheiro nos levar para uma estalagem mais humilde, mas que estou curioso pra saber como está.
– Bom dia! – Nos cumprimentou o estalageiro assim que entramos, mas sua expressão se tornou de medo ao me encarar.
Não posso culpá-lo. Muitas pessoas que sabem quem sou, tem medo de mim em Altinova.
– Bom dia seu Odir. – Essa foi a primeira estalagem que fiquei quando cheguei a este mundo. Lembro das noites em que eu, Emi e L bebíamos licor de frutas noite a dentro, sentados no chão do quarto.
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Um Gamer em Outro Mundo
Fantasía(異世界のゲーマー) Um gamer que vai pra outro mundo com elementos de RPG e percebe que as coisas não são tão coloridas e bonitinhas como via em animes na TV.