Sinopse
O sangue escorria pelo ladrilho branco do banheiro. A cor escarlate se misturava na água cristalina no chão, se formando uma gigantesca poça de sangue e sofrimento. O jovem em questão de perguntava: Até quando a dor física sobressairá a dor...
Gostaria de começar este capítulo agradecendo a todas vocês meninas, que tem me enviado mensagens de apoio e amor... E dizendo que estão com saudade! Rs. Obrigada pelo imenso carinho, compreensão e paciência. Sei que os capítulos têm demorado muito a sair, mas ainda estou sem celular. Não desistirei da obra, então mesmo que demore saibam que voltarei sempre. Fiquem com nosso Aba. Gratidão a Deus e a todos. Amo vocês! ❤
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Dois meses depois...
Ando apressadamente com o copo de café em mãos enquanto tento-me equilibrar nos saltos que não gosto de abandonar, a caixa que está em meus braços não me ajuda a caminhar, pelo contrário, complica quando adentro no elevador lotado de pessoas.
- Bom dia, Dra. Letícia. - Uma, enfermeira que eu não identifiquei passa as pressas ao meu lado saindo do elevador. Me limito a balançar a cabeça, mas na pressa acho que ela nem percebeu. Prossigo meu caminho assim que saio do "cubículo" enquanto os saltos batem no assoalho fazendo um tilintar que adentra em meus tímpanos causando agonia. Adentro na sala que recebi ontem do Sr. Augusto e sorrio mesmo sentindo o cansaço dominar cada célula do meu corpo.
A ala de emergência do hospital tem estado lotada, mas como houve novas contratações Sr. Augusto direcionou-me para o setor ambulatorial. Apesar de ser mais calmo, é difícil dependendo do estado ou caso da criança, por isso ele decidiu que me queria aqui. Ainda me recordo com perfeição da sua frase: "Letícia, você é uma excelente médica e me mostrou isso de várias formas possíveis, tenho total confiança em você e na sua capacidade de não dizer um diagnóstico errado, por isso quero que vá trabalhar na ala ambulatorial. Confio no seu potencial e na sua verdade".
Se eu falasse que não senti vontade de chorar estaria mentindo porque o bolo subiu em minha garganta trazendo consigo várias emoções e dentre elas a maior foi a gratidão ao meu Senhor. Deus tem mostrado que os planos dEle são maiores e melhores que os meus. Estive metidando esta manhã, assim que abri meus olhos, em como Deus é fiel e em como sua palavra é real.
Cogitei orar e pedir pela minha família, mas senti-me envergonhada: Como um Deus que cuida tanto de nós só merece nossas petições? Ele deve receber nossa gratidão acima de tudo, por isso dobrei meus joelhos com lágrimas nos olhos e orei pedindo-O perdão:
- Paizinho, O Senhor tem me abençoado de tantas formas possíveis e eu mal tiro um tempo do meu dia para lhe agradecer. Me perdoa, Senhor. - Senti uma lágrima rolar em meu rosto e a vergonha trouxe tonalidade em minha pele. - Sabe, Paizinho, O Senhor tem cuidado de mim, livrado-me quando eu nem sei coisas que poderiam acontecer, O Senhor tem colocado pessoas em minha caminhada para abençoar-me e eu só venho aqui pedir, pedir e pedir. Me perdoa, Pai, pelas vezes que te vi como um Deus de petições ao contrário de lhe ver como realmente és: Um Pai. Sinto-me entristecida por deixar minha carne guiar o início de minhas conversas contigo, mas venho aqui entregando a Ti a minha verdade... Agradeço ao Teu Espírito Santo por me direcionar e alertar-me da falha que o meu eu quer fazer. Não permita que a minha carne continue guiando minhas vontades, mas ajuda-me a fortificar cada dia mais o meu espírito para que eu aprenda a ser ainda mais grata por todas as bênçãos que tens feito ao meu favor. Eu amo você, Paizinho, e sou grata pelo Teu amor, Teu cuidado e Teu sacrifício de entregar Seu único filho para morrer em meu lugar... Em nome de Jesus, receba esta oração como um perfume suave em suas narinas e perdoa-me, ó Deus, por ser falha e pecadora, te agradeço e rendo louvores a Ti por tudo, em nome de Jesus, amém.
