Capítulo 29 - Sobre Verdades e revelações

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Para melhor entendimento da leitura releia o final do capítulo anterior.

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Ajoelho-me em sua frente sentindo o choro subir pela garganta. Estou fragilizado, me sentindo o pior dos homens. A muitos anos eu não me sentia tão bem ao lado de uma mulher como eu me sinto dessa Ruiva e saber que somos os opostos e que nunca daríamos certo, não mudaria em nada na minha vida, mas desde que ela chegou e destruiu os muros que eu ergui ao meu redor, tudo está bagunçado em meu interior.

É como se um furacão divesse passado e devastado tudo, mas ao mesmo tempo é complicado de se explicar, pois sempre me senti vazio e ao mesmo tempo doente, porque tudo sempe doeu e sangrou dentro de mim.

Não me lembro de momentos de paz e tranquilidade, a não ser, quando eu estava com minha avó e irmã, mas até mesmo em alguns desses momentos eu me sentia um completo filho da p6ta, pois eu não aguentava ficar entre elas e permanecer mentindo. Eu dizia que tudo ia bem, mas mal sentia meu coração bater, dizia que tudo estava tranquilo; enquanto no meu interior uma tempestade me afogava, eu dizia que tudo estava ótimo, mas desejava, e ainda desejo, as drogas, o sexo com as garotas, as bebidas e todo o prazer que aquilo me proporcionava.  Porque nestes momentos a cicatriz interior doía tanto que eu sabia que ainda estava vivo.

Quantas vezes olhei para a minha irmã e não sabia o que dizer? Quantas vezes ela me perguntava por sua mãe e eu fugia da realidade? Estou chegando em um ponto que não sei se sou capaz de suportar... E talvez, seja isso que preciso fazer... Aliviar tudo que está sufocado dentro de mim.

- Perdão, Ruiva. - Digo assim que meus joelhos batem no chão. - Eu não sei lidar com as pessoas ao meu redor e em quase todas as vezes minha arma é atacar. - O choro chega de maneira intensa e rápida. Um som de dor abandona meus lábios enquanto as lágrimas descem. - Eu luto contra isso, mas foi tudo que recebi a maior parte de minha vida.

Coloco minhas mãos no rosto escondendo meu estado. Sinto vergonha por chorar deste jeito na frente de uma mulher, isso nunca aconteceu, sem ser com a minha avó, mas tem ocorrido com essa Ruiva. Sinto os braços de Letícia ao meu redor e seu gesto faz meu corpo ceder ainda mais ao choro.

- Não fala assim, me perdoa você. - Ela faz uma carícia em meus cabelos e segue dizendo: - Você sempre me avisou sobre seu jeito e eu decidi ficar, então devia estar preparada. - Levanto meu olhar ao seu e vejo seus olhos marejados.

- Não diga isso. - Peço sentando-me no chão em sua frente e Letícia faz o mesmo, mas suas mãos continuam em meu cabelo. - Você não merece um homem sendo ignorante com você.

- Tudo bem, Matt. Aconteceu, mas passou. Você sempre me respeitou acima de tudo. - Diz secando minhas lágrimas.

- É sério, Ruiva. Nunca deixe ninguém te desmerecer ou te tratar mal. Você só merece ser feliz e nada menos que isso! - Ela me olha  com atenção e meneia a cabeça.

Autor de Recomeços - Trilogia Autor #2Onde histórias criam vida. Descubra agora