Eliza- Quem ele pensa que é? - resmungo andando pelo bairro.
Já estou longe o bastante da casa do quatro olhos, preciso urgente de um emprego.
Puta merda!
Com essa confusão toda esqueci que fui roubada, e junto foi meu celular, roupas e até minha carteira de trabalho.
Sou muito burra mesmo!.
Pra trabalhar aqui eu precisaria ter cidadania, e isso eu não tenho.
Enquanto eu andava distraída, acabei entrando em uma cafeteria. Era simples e bem agradável, trabalharia aqui com muito gosto, até porque café é meu ponto fraco.
Rapidamente me senti uma confusão, meus pensamentos estão voltados a meu pai que está vindo, eu o amo, mas não posso vê-lo pois ele vai fazer com que eu desista do que estou prestes a fazer.Queria tanto poder encontrar você... pai.
Encosto minha cabeça na mesa em direção a janela de vidro, começo a chorar, cubro meu rosto pra que ninguém me veja nesse estado.
- Com sua licença, mocinha?
Uma voz grave e assustadora me chama, assim que olho pro lado vejo apenas uma barriga enorme, claro que vestida com um avental bem fofo, meus olhos vão até o rosto da pessoa.
- Você está bem?- pergunta um senhor que aparenta ter uns 69 anos. - Vi que chegou desanimada, e na minha cafeteria não há lugar para pessoas chorosas. - ele fala em um tom bravo.
- Desculpa, é que...- O senhor de barba branca e olhos esmeralda me surpreende com uma bela xícara de café, com um desenho de coração.
- Por isso, toda vez que alguém chega triste o meu trabalho é tirar um sorriso dessa pessoa. - ele pisca para mim e sai sem dizer mais nada.
Eu não tenho dinheiro nem pra comprar um bom bom!
Pego a xícara e vou até o balcão, isso deve ser engano, não pedi nada.
- Olá, acho que esse pedido foi engano. - digo ao atendente com cara de morte.
- Não foi engano, o velho costuma fazer isso toda vez que passa alguém triste ou até zangado por aquela porta. - diz o atendente olhando o celular. - É de graça!. - indaga ele que parece ter lido meus pensamentos.
- A, entendi! - digo e saio com a cara mais confusa que um cubo mágico.
Assim que eu volto pra mesa, o senhor papai noel da cafeteria vem em direção a mim.
- E então? ... - Diz alto - Se sente melhor? - ele senta na minha frente esperando uma resposta.
- Sim, obrigada!.- sorrio
- Você precisa de algo?...- ele pergunta como se já soubesse a resposta.
- Estou atrás de emprego, mas não sou daqui!- explico de cabeça baixa.
- Você é uma menina sortuda!.- diz me olhando. - Temos uma vaga pra garçonete...- ele pausa pra coçar sua enorme barba.- a que saiu descobrimos que ela estava grávida!. - o senhor fez uma expressão engraçada.
Eu ri também, mas fiquei confusa, ele vai me dar o emprego mesmo eu nem sendo uma cidadã britânica?
- Como disse, não sou daqui e....- Ele me interrompeu.
- Sim, eu sei...- ele se levanta.- O Bruno é brasileiro também!- comenta e aponta pro garçom moreno e bonito. - E eu tô precisando com urgência de mais um empregado!.- Ele sorri- Você vai querer?.
- Claro que sim - digo em um pulo.- Obrigadaaaa! - dou até um abraço no velho.
E aqui começa a missão "Encontrar o Papai".
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Meu Mundo AZUL
RomanceCansada da mesma rotina, dos falsos amores e amizades, a brasileira Eliza Evans Martins planeja uma viagem para Londres. Depois do segredo que seu pai de criação Eric Martins contou, tudo sobre sua mãe falecida, agora mais que nunca quer fugir par...