Meu Mundo AZUL

08

- Onde deseja ir, moça?.
Pesgunta o taxista.

- Centro da cidade!
Digo tentando achar meu celular em meio a bagunça na mochila.
- Te achei queridinho!
Sorri.

O moço que conduz o carro me olha confuso pelo retrovisor, mostro meu aparelho e sinalizo que está tudo bem.

Como me sinto por estar em Londres?

Quero gritar de tanta alegria!

Na verdade até gritei, uns minutos atrás antes de entrar no carro, as pessoas que estavam ao meu redor não entenderam nada, com toda certeza, me chamaram de louca.

Ué, sou louca sim!

Sei que passei por muitas coisas difíceis de se superar, mas a vida continua, nada nesse mundo acontece por acoso, tudo tem que ter um sentido.

Eu espero que pra mim, tenha sentido.

Meus lábios formam um sorriso bobo, encosto minha cabeça na janela do carro e me pego pensando no Jonas.

Passei quase dois anos presa á um idiota!.

Não que ele seja a pior pessoa do mundo, nunca foi, mas só pelo fato de me enganar e ainda ficar com minha melhor amiga, ex digamos assim. Aquilo me dói até hoje, confiava tanto nela, nunca fomos de esconder coisas uma da outra, eramos melhores amigas.

Pensei que ela estivesse segurando minha mão, quando na verdade, ela estava soltando para que eu caisse e meachucasse.

Perdoou ela, mas nunca votará a ser como antes, não vamos mais dormir juntas como costumávamos, não vamos mais rir de coisas bobas ou até assistir nossos filmes favoritos, não vamos mais gritar e se abraçar feito loucas toda vez que nos encontramos, não vamos mais ser melhores amigas. É meio cômico, pensar que já a chamei irmã, aquela onça, que acabou me atacando por trás.

Esquece Eliza, só esquece!

Fecho meus olhos e por um momento, achei que fosse chorar, por dois idiotas.

Você está em Londres bobinha!

Mais uma vez, um sorriso brota dos meus lábios, aquele sorriso confiante, que eu amo, creio que esses tempos aqui na cidade dos meus sonhos, vai me fazer muito bem. Sinto um pouco de falta do meu pai, eu o amo, e não quero preocupa-lo, quando comprar um chip novo, irei ligar par casa e avisar que está tudo bem.

-Chegamos senhorita!.
Avisa com toda educação, o moço dono do taxi.

Já?

Ainda bem que já ajeitei o horário do meu telefone. Já são 9:15 da noite, e essa é a primeira vez que saio só, independente, e até agora, nada deu errado.

Obrigrado senhor!

Tiro a quantia que o taxista pediu, e o paguei, o resto do meu dinheiro guardei bem no fundo da mochila.

-Obrigada!
Agradeço ao moço e logo saio do carro.

- Uuuaauu!.
É só o que consigo dizer.

A aparência do lugar era tão belo, que eu só sabia rodar, e formar um grande O com meus lábios.

- Puta que pariu!
Coloquei minhas mãos na boca e comecei a rir.

As pessoas, as lojas , alguns monumentos históricos. Londres, simplesmente lindo, tudo o que sempre sonhei está aqui sobre meus pés, minha cidade dos sonhos, e melhor, o centro de Londres é bem lotado, recheado de pessoas lindas.

E bote linda nisso!

Caminhei até o local onde foi gravada uma cena de Harry Potter, fiquei abismada com tanta beleza, me deitei e fiquei apreciando aquele cimento.

É loucura, eu sei, sou brasileira!

Começo a rir sozinha e me sento, somente eu estou no local, me preocupo um pouco mas resolvo caminhar até conseguir outro táxi para ir a um hotel.

....

Estava caminhando perto a um restaurante que havia algumas pessoas. Uma mulher toda produzida e linda pra caralho me olhou dos pés à cabeça e fez uma expressão de pena!.

Ô minha senhora, sou mendiga não tá, sou turista!.

O garoto ao lado dela que deve ser filho, também me olhou, só que direto nos meus olhos, ele ajeitou os óculos preto e arrumou o cabelo, como se tivesse jogando charme para minha pessoa.

Até que é bonitinho!

- Me dê essa mochila, ou a coisa vai ficar feia para seu lado!

Uma voz esquisita disse ao meu ouvido!
- Agora!
A voz engrossou.

- Não faz isso!
Disse choramingando.

Senti uma coisa me cutucar atrás, e aquilo me arrepiou.

Não é isso que está pensando, meu Deus, mente poluída.

- Atiro em você, se não me entregar essa merda!
O homem me ameaça.

Ele puxa a mochila com uma força que acabo sendo jogada no chão.

- Filho da mãe!
Grito.
- E agora?
Me sento e junto minhas pernas.
- Onde vou ficar?.
Permaneço no chão, com um ódio e vontade de chorar.

- Você está bem?
Ouço alguém atrás de mim, mas me recuso a olhar.
- Moça?...

- Estou bem, tá legal!
Me direciono seguindo a voz, e logo reconheço aquela aparência.

Cabelos negros, óculos escuros, alto e magro.

Que bom, o quatro olho veio encher meu saco!

- Okay, não quero incomodar!
Levantou as mãos e fez uma expressão engraçada.

- Que bom!
Disse ainda sentada.

Ele se posicionou em minha frente e se abaixou.

- Olha, não fica legal uma garota bonita como você, ficar sentada nesse chão sujo!.
Falou movimentando as mãos.

- Quem é você pra dizer o que é legal pra mim?.
Retruquei de cabeça baixa.

Ele esticou a mão direita.

- Sou Sam Miller, 20 anos e bastante gato!
Se apresentou.

Olhei para sua feição que estava sorridente, eu ri da situação, como ele pode se achar tanto.

- Prazer gato!
Retirei os olhos e apertei sua mão.

Olhei bem seus olhos e me recordei do meu quarto que o pai Eric pintou, realmente era um azul claro, bem claro.

Essa cor também fica bem nele, não é que o quatro olho é gato mesmo!

- Então?...
Sua voz me trouxe a realidade.

- Sou Eliza!
Sorri como comprimento e percebi que nossas mãos não desgrudaram.

Eu corei e puxei minha mão para meus cabelos.

Isso não é bom!
Ou é?