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Depois daquele vexame que passei na cozinha acabei ficando no quarto por um bom tempo, Sam tentou falar comigo mas fingi estar dormindo, não pude deixar de sentir seus dedos sobre meus ombros depois que o mesmo me cobriu com seu cobertor.

E se eu estiver a fim dele mesmo?

Acho que não tem nada demais!

Ou tem?

Minha pele se arrepia só de pensar no nome dele, tudo bem que o quatro olhos não é essas coisas, mas ele causa uma coisa em mim, tenho vontades de morder a boca dele de tão bonita que é.
Começo a rir sozinha feito uma criança por causa dos meus pensamentos absurdos sobre o meu anjo da guarda.

As vezes me pergunto, porquê eu?, por qual motivo nada dá certo para minha pessoa?. Essas perguntas sempre rodeiam minha mente, desde pequena quando ficava no jardim da frente lembrando de minha mãe.

Mãe!...

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto quando pressiono meus olhos. Daria qualquer coisa para ter um abraço dela agora, qualquer coisa.

- Eu te amo Mãe!
Sussurrei.

- Sabia que a senhorita estava acordada!.

Me sentei rapidamente devido o susto cometido por... Sam...

- Que droga quatro olhos!.
Grito com a mão no peito.

- Querendo me enganar mocinha...
Ele senta ao meu lado sorrindo.
- Logo eu que sou tão esperto!.
Sam pisca para mim.

Abro um bocão gargalhando feito uma louca e ele fica sem entender.

- Qual a piada?.
Questiona cruzando os braços.

- Você!...
Tento me conter.
- Não é esperto coisa alguma!.
Indago.

- Claro que sim!.
O quatro olhos enche o pulmão de ar se gabando.
- Agora... Você...
Desvia o rosto para olhar algo.

- Eu??
Pergunto  curiosa.

- Você é meio lerda, não acha?
Sam volta seu rosto trazendo seu sorriso debochado.

- Seu filho da...
Quase o xingo

- Não, não!...
Nega com o dedo.
- Nada de palavrões aqui em casa, somos pessoas educadas!.
Diz com o nariz empinado.

Meus olhos já se encontram em chamas querendo queima-lo inteiro. Mas logo passa quando  um sorriso surge de seu rosto, ouço sua gargalhada pela primeira vez e puta que pariu...

Que risada gostosa!...

- Estou brincando!
Diz tentando se controlar.
- Você..
Ri novamente.
- Você tinha que ver... sua cara!
Fala alto e imita minha reação.

Não me contive e  juntei-me com ele, ri tanto mais tanto que minha barriga quase da um nó de tanta dor. Sam me fez gargalhar, a última vez que gargalhei assim foi na minha festa de 15 anos, quando meu pai se vestiu de palhaço pra me animar já que não teve meu baile de debutante. Foi o dia mais feliz da minha vida.

- Você estava chorando!.
Sam fica sério.

Não foi uma pergunta, ele sabia que eu havia chorado.

- Não.. não estava!.
Ridiculamente tento negar.

- Isso é ridículo!.
Indaga.
- Seus olhos estão molhados e vermelhos!.
Ele estica o dedo para meu rosto me provando.

Desvio o olhar, e fico em silêncio, mas Sam pega minhas mãos e as segura firme.

São tão macias, suas mãos tão quente!

Meu Mundo AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora