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                                   ...

Eliza

- Pronto!
Disse a moça atrás do balcão.
- Agora é só aguardar!.
Ela me olha e entrega  as passagens.

-Obrigada!
Agradeço com um sorriso.

É nessa hora que o arrependimento devia bater, mas, estou me sentindo tão bem, que me pergunto o porquê de não ter feito isso antes. Já viajei muito para Londres através dos meus livros, aliás já viajei o mundo lendo.

Sento-me em um dos bancos logo a frente do balcão, para esperar.

- Ola!.
Disse uma voz fina e fofa.

-Ola!.
Respondo virando o rosto em direção a voz doce.

-Você  é muito bonitinha!

Exclama um pequeno anjo de cabelos cor de mel, e de olhos que mais parecia um céu limpo de tão azul.

Estranho, nunca gostei de azul, porem nela, a cor se encaixada perfeitamente.

Me sentei tão rapido e tão distraída que nem notei a presença desse ser tão adorável.


- Obrigada pequena!
Sorrio e brinco com seus cabelos, fazendo sua risada tão gostosa ecoar por todo local.

- Elizabeth!
Disse a moça ao lado da pequena.
- Me desculpe, ela não irá  mais fazer barulho!
Indaga a moça que se assemelha com a filha.

-Está tudo bem.
Digo.
-Sua filha, além de  linda, tem o nome mais perfeito de se pronunciar!.
Indago de repente.

A moça faz um gesto com a cabeça em agradecimento, depois sai com sua pequena para embarcar. A menina Elizabeth vira o rosto em minha direção enquanto anda, e acena finalizando com aquele sorriso que faz qualquer um suspirar de tanto amor. Retribuo o gesto com um beijo e uma piscadela.

- Eu te amo mãe, e agora sei que você está comigo aonde eu for.
Sussurro a mim mesma.

Meu sorriso cresce ao escutar o chamado para meu vôo, o coração mais parece um tambor de tão forte que está batendo. Alcanço minha mochila que por sinal está muito pesada, deve ser meus livros que carrego aonde vou.


...

Eric

- Janet, você viu Eliza?
Pergunto para minha mulher.

- Deve estar em seu quarto amor,pelo jeito, ainda está chateada!.
Responde enquanto arruma as louças no armário.

- Vou falar com ela!.
Me abaixo para beija-la e saio.

Por Deus, espero que ela esteja no quarto, ou vou ter um infarto de tão nervoso.

Subo as escadas tão rápido, que quase caio, paro um pouco para me recompor. Continuo só que mais divagar, sinto um pressentimento ruim.

- Filha!
Chamo-a batendo algumas vezes na porta.

Quando percebo que a porta está apenas encostada , logo  entro. Como eu previa, sua cama está do mesmo jeito, na sua estante estão faltando alguns livros, e entre alguns tem um pedaço de papel escrito, lentamente ergo minha mão para pega-lo.

*Oi paizinho!*

Mil desculpas por está fazendo isso com você, mas preciso descobrir tudo sobre meu verdadeiro pai, saber quem são meus avós. Passei meus 17 anos ao seu lado, e foi os melhos anos da minha vida. Não se preucupa, vou voltar, você sabe que eu conheço Londres como ninguém, e também sabe que sempre foi meu sonho conhecer lá.

Eu te amo, independentemente de qualquer coisa!.

Com amor...

Eliza Martins.

- Não minha filha!
Sussuro.
- Você...você não conhece seu pai verdadeiramente!
Falo a mim mesmo.
- E-ele é um monstro!.
Caio sentado, e choro feito criança.
- Eliza!
Grito tão alto, que o meu desejo é que ela me escutasse e voltasse aos meus braços.

Janet vem ao meu socorro, desnorteada sem perceber oque está acontecendo, ao olhar para a cama logo entende e junta-se comigo para acalmar-me.

...

Eliza

Sento-me em meu lugar, e logo em seguida uma garota magra de cabelos avermelhados senta ao meu lado. Me parece ser uma boa companheira de conversa até Londres.

- Hm.. Oi!
Manifestou-se antes mesmo que abrisse minha boca.

- Oi!
Respondi sorrindo.

-Londres?
Perguntou.

- Sim. E você?.

- Londres!, mas só por um dia!
Disse ela enquanto arrumava seus cabelos.

- Me chamo Eliza!
Estico minha mão para comprimenta-la.

- Kate!
E aperta minha mão.

Passamos o resto do vôo conversando sobre coisas variadas, e percebemos que  somos diferente fisicamente, mas idênticas no gosto.

...

- Então, pra onde vai agora?
Kate me  pergunta quando desenbarcamos no aeroporto de Londres.

- Não sei!, dar uma volta pelo centro primeiro!
Respondo.
- Quero encontrar um hotel lá por perto!.
Digo.

- Estou indo para a casa de minha tia, que é muito distante do centro!.
Indaga ela que pega sua mala.
- Foi um prazer lhe conhecer mel!.
Ela abre os braços.

E à abracei, ri da forma como ela me chamou, mas não disse nada, prefiro que Kate me chame assim, dela sai mais verdadeiro.

- Foi maravilhoso ter conhecido uma pessoa tão estonteante como você Kate!.
Elogio-a.

Ela apenas sorri, e que sorriso. Kate caminha em direção a saída que é um pouco longe, ela se volta para olhar-me e disse:

- Não vem?, os táxis ficam do lado de fora do aeroporto.
Ela ri.

- Verdade, estou distraída!

Finalmente estou em Londres, e finalmente não é um sonho ou uma imaginação que vem a partir das minhas leituras.

Meu Mundo AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora