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SAM



    Queria saber pra onde aquela maluca foi, e ainda sem nem conhecer o bairro. Não sei onde estava com a cabeça pra gritar com ela, mas a mimadinha mereceu.

     Será que foi atrás de trabalho ?

      Não, não tem como ela conseguir, está até sem seus documentos.
      No momento em que olho pra esquerda, desacelero um pouco pra olhar bem mais a minha frente. A dona Eliza está com um avental e escrevendo pedidos ?...

        Em uma cafeteria aqui do bairro?

          Mas como essa garota conseguiu tão rápido ?

Ela é inacreditável mesmo, sempre consegue o que quer de uma maneira tão fácil, não tem como dizer não pra ela.

       Paro em frente ao local e a vejo ainda fazendo mais pedidos, seu cabelo está preso acompanhado por um sorriso no rosto, aquele sorriso que faz meu coração errar as batidas.
        Seus olhos encontram os meus e sua expressão muda de uma menina sorridente para uma garota em fúria e isso tá me assustando. Suas pernas dão passos longos e firmes em minha direção, e antes que chegasse à porta um cara fala com ela com uma expressão de preocupação e a garota faz um gesto de que está tudo bem, e ela volta o rosto pra mim, e continua caminhando até sair pela porta da cafeteria, quando ela chega mais perto do carro abaixo o vidro pra falar com a mimada, mas sou interrompido por sua grosseria.

   - Oque faz aqui, posso saber ?- seus olhos parecem pegar chamas, ela está mesmo com raiva.

- Calma, só vim me desculpar!- Mostro logo sinal de paz pra acabar a guerra. - Eu realmente não queria fazer aquilo, só me preocupo com você!.- Digo olhando fixamente para aqueles olhos castanhos.

- Não podia ser outra hora?- ela bate o pé.- Estou no meu horário de trabalho!.- Diz ainda zangada.

- Sim, mas quero agora! - reviro os olhos fazendo-a ficar mais brava.

    Eu gosto disso, a ver com esse bico nessa cara vermelhinha.

- Você é tão gentil! - Eliza fala com sarcasmo.- Só que agora não estou com paciência para essas merdas de "desculpas"!.- Ela faz gesto com as duas mãos e sorri.

     Um sorriso amargo e com dor, talvez seja melhor deixá-la em paz.

         Apenas piso no acelerador e levanto  os vidros do carro sem ao menos dizer adeus a garota, que fica pra trás com uma cara confusa.
       Acho necessário que tenha tempo para pensar nas merdas que andam acontecendo com ela, mas também não acho necessário que a mesma me trate assim.

    ELIZA



  - Que ódio!.- chuto a lixeira a minha esquerda que acaba machucando o meu pé. - Merdaaaa!. - grito com tanto ódio e sem saber o que fazer.

     Acabei de ser a maior cuzona com Sam, logo com ele que foi tão gentil comigo desde que me conheceu. Tudo bem que o quatro olhos errou em algumas partes, mas me dá raiva em saber que de qualquer forma ele quer vir comigo, e ainda não quer que eu faça esforços pra conseguir o que quero sozinha.

- Elizabeth, você está bem ?...- Bom, isso não parece ser a voz do Sam, é muito máscula pra isso.
       

         Quando olho pra trás e vejo quem é...

      É o carinha brasileiro, logo conheci esse sotaque, o Sam falam mais engraçado.

           Esquece esse embuste mana!

     -Estou bem obrigada. - aquele sorriso falso.
 

     O cara ri. E porra, que sorriso lindo.

       - Então, o chefe quer te ver!?. - o moreno sorri sem jeito.

         
                 JÁ VOU SER DEMITIDA, logo no primeiro dia de emprego...

Meu Mundo AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora