28. Conclusões Irrefutáveis

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Guinski e Claire retornaram para A Concha sãos e salvos e dessa vez não ficaram encharcados. Anders os esperava no ponto de encontro, sua expressão não era nada contente. Rëina aguardava o seu mestre ansiosamente, balançava seu rabo de um lado para o outro, pronta para dar uma bronca em Guinski.

Foram ao encontro do grupo e Glaërd aproveitou a oportunidade para sair das mangas de Guinski, voltando ao seu tamanho de píton na grama macia e verde. Sentiu-se aliviado por não estar mais em uma missão de resgate, tendo falhado senão fosse por Claire. Cumprimentou Rëina, esta lambeu-lhe o rosto, eufórica por ver seu mestre novamente.

― Por que enviaram Glaërd? ― Indagou, confuso.

― Não enviamos. Nem sabíamos o que tinha acontecido, Glaërd foi ao quarto procurar por seus brinquedos ― a serpente sibilou nervosa na grama ―, digo, objetos de distração e ele viu você sendo puxado até lá. Anders andou investigando como ela poderia ter te arrastado fisicamente até lá.

Guinski ergueu uma das sobrancelhas e encarou Anders, este trajava roupas incomuns. Não vestia mais o terno e sim uma capa azul sobre roupas brancas e laranjas, tinha várias bolsas de cheias de ervas e moedas, além de frascos cheios e vazios, decorando sua cintura. De braços cruzados, a irritação era visível em suas feições duras.

― Fico aliviado por terem retornado embora tema de separá-los mais uma vez. ― Ele disse ao casal e depois voltou-se até Claire. ―  Há velhos amigos querendo vê-la além de que eu roubarei, brevemente, o senhor Guinski de sua companhia.

― Eles não demoraram nem um pouco, quantos...

― Os de sempre. Precisamos preparar a guerra contra a raça deles, não é? ― Anders interrompeu-a com um sorriso.

Claire encarou o amado, exibiu um sorriso gentil no rosto. 

― Não tenha medo dele, Guinski. Anders não vai te morder.

Guinski engoliu a seco e assentiu, pediu à Rëina para ir com Glaërd, embora a loba tenha sido relutante ela aceitou. Claire deixou os dois à sós, Anders guiou-o até a floresta, não disse uma palavra somente. Era noite, o clima ameno e a brisa suave atingiam o corpo de Guinski. Ele agradecia por este pequeno momento de alívio e segurança, seu corpo relaxou e poderia dormir em qualquer lugar, se quisesse. Estava exausto.

Anders o levou até O Carvalho e parou em frente à árvore. Uma de suas mãos repousava levemente em seu ventre, Guinski observou a árvore, analisando-a de perto viu a madeira podre cobrindo uma parte do seu tronco, antes mal dava para notar o estrago. Quanto tempo este Carvalho esteve de pé, perguntou-se.

Um homem encapuzado saiu de dentro da árvore, seus olhos eram dourados como os de Claire e Jack Riperpot, porém, seu cabelo era castanho. Ele tirou o capuz e fez uma meia reverência.

― Então? ― Indagou Anders, incapaz de conter seu interesse no assunto, ergueu uma sobrancelha e estalou os dedos da mão sobre o ventre.

― O senhor estava certo, mestre. ― Guinski franziu o cenho, em dúvida. ― A magia bruta invadiu esta parte da floresta e além, O Carvalho não pode mais contê-la... ― A aura deste homem atingia Guinski da mesma forma que a de Jack fazia,  sentiu medo e um inexplicável sentimento de fugir dali.

― Como suspeitava.  Algo mais? ― Anders continuou imóvel e impassível enquanto seu aprendiz o encarava, seus olhos transmitiam um pouco de sua raiva no entanto.

― Essa magia não poderia se espalhar sozinha. Algumas maçãs estão podres. ― Relatou o homem que aparentava ser muito jovem e ao mesmo tempo mais velho do que Guinski. ― E eu ainda não consegui localizar o...

Livro Negro: Antes da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora