All the love, H. |h.s|

parte doze

         Lola permitiu desligar seu celular para não ser interrompida na sua leitura. Tinha tanto tempo livre que não conseguia parar de ler. Mas, sua perna balançava, o que queria dizer que sua cabeça não tinha parado de pensar, e apesar de não estar ouvindo o que seus pensamentos diziam, ela podia senti-los. Fechou o livro, pegou o computador que estava na mesa de centro da sala e o colocou no colo.
Foi quase como um reflexo. Abriu o Google e digitou o nome de Harry. Queria entender o que estava acontecendo, apesar de que nada poderia justificar aquele sumiço ridículo.

         Ele, aparentemente, estava gravando algo, um clipe ou coisa assim. Nada demais. Não sabia muito bem o que procurava, talvez um escândalo do tipo: Harry Styles e pessoa misteriosa são vistos juntos na praia. Detalhe, essa pessoa não sendo ela. Mas, isso não ocorreu, e ficou, de certa forma, mais triste, pois agora entendia que o problema era ela.

         "A gente já esperava isso, né?"
         "Vocês não calam a boca, e agora deu nisso"
         "Estamos apenas pensando para evitar conflitos"
         "Ou causar conflitos"
         "Tanto faz!"
         "O que ele respondeu?"
         "Decidimos não olhar mais o celular"
         "O que ele respondeu?"
         "O que ele respondeu?"
         "O QUE ELE RESPONDEU?"
         "O que ele respondeu!"

         Lola bufou e pegou seu celular, pressionando o botão até que a tela brilhasse. Apesar de estar curiosa, estava irritada, não precisava de mais um problema pra sua cabeça gritar o que fazer para ela.

         As mensagens acumuladas daquela manhã carregaram, ela nem fingiu prestar atenção nas outras, rolou até achar a conversa com ele.

         H: Desculpa, eu sei que pisei na bola, mas prometo não sumir outra vez.
Eu cumpro as promessas que faço.

         Que droga, ela pensou, junto com um suspiro.

         L: Você não pisou na bola, não devemos nada um ao outro.

         H: Devemos respeito, e eu não te tratei com o devido respeito.

         Que droga, ela pensou de novo. Era incrível como ele conseguia dizer as coisas perfeitas nas horas perfeitas. Ficou olhando para a mensagem durante alguns minutos, sem saber o que dizer. Apesar de tudo, não queria dar o braço a torcer, não podia, pois daquilo havia apenas uma saída e ela saia pela porta sempre machucada.

         L: Eu aceito suas desculpas, mas não quero que faça isso apenas por estar se sentindo mal

         H: Quero te encontrar porque quero te ver, esse é o único motivo.
         Gosto da sua companhia
         E acho que lhe devo uma explicação

         QUE DROGA! Pensou no que Callie faria. Não que ela fosse a pessoa mais sensata a se pedir conselhos, mas era a única que a aconselhava a viver sem pensar nas mínimas consequências de cada mínimo ato. E bom, Lola pensava em cada mínima consequência de cada mínimo ato.

         Callie falaria: Pare de perder oportunidades! Deixa ele querer te levar pra cama de novo! Qual o problema?

         Decidiu, então, ligar para a amiga. Esperou alguns segundos até que ela atendesse.

         -Oi sumida, quero informações -Lola riu com o comentário de Callie -Saudades de você aqui todo dia... Estou bolando um plano pra matar o Andrew já que ele foi o maior responsável por tirar você de mim -Ela suspirou do outro lado da linha.