parte trinta

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Lola acordou em um pulo. Seu celular estava tocando e não sabia onde havia o deixado. Seu coração começou a bater rápido, um calafrio percorreu sua espinha. Ligações de madrugada nunca são coisa boa.

"Ligações de madrugada nunca são coisa boa"

-O que foi? -Harry resmungou ao seu lado -É o seu? Ou o meu?

-Acho que o meu -Lola respondeu -Que horas são? -Ela perguntou, levantando-se da cama. Seu coração palpitava rápido, conseguia o ouvir martelando seu peito.

-Cinco e meia da manhã.

-Eles já devem ter chegado em casa, então -Lola disse. Estava pensando em sua família que havia partido em viagem naquela noite.

Ela desceu as escadas, tentando seguir o som, e achou seu aparelho na mesa da sala. Harry a havia seguido e estava tenso, também sentia seu coração palpitando rápido demais.

-Quem é? -Ele perguntou, apressado.

-É o Houston -Ela falou, com um tom de indagação, mas logo aceitou a ligação -Alô?

-Hipwell? Cadê você?

-Como assim? -Ela disse.

"Deveríamos estar trabalhando?"
"Que dia é hoje?"
"1 de novembro"
"Deveríamos estar trabalhando?"
"São cinco e meia da manhã"

Harry a encarava com os olhos esbugalhados, esperando por uma resposta.

-Estou na frente do seu apartamento e me falaram que você não está em casa -Lola arregalou os olhos e ficou muito tempo sem saber o que dizer.

"Ele está em frente do apartamento?"
"Como ele sabe onde moramos?"
"Nunca comentamos isso com ele"
"Puta que pariu"
"O que ele tá fazendo lá?"
"O que ele tá fazendo lá?"
"O que ele tá fazendo lá?"

-O que? -Foi tudo que ela conseguiu dizer. Harry perguntava em silêncio o que estava acontecendo e Lola com um sinal pediu para que ele esperasse.

-Estou na frente do seu apartamento e você não está aqui, certo?

"Por que ele quer essa confirmação?"
"De que o apartamento está vazio?"
"Foi ele..."

-Certo... -Ela disse.

-Cadê você? Precisamos ir!

-Ir pra onde? -Ela perguntou, realmente sem entender nada.

-Meu Deus! Você não viu nenhuma das mensagens que te mandei? Onde você está? Na casa do seu namorado?

"Como ele sabe?"
"Meu Deus!"

-Não -Ela disse, prontamente -Estou na casa de uma amiga, vou ler o que você me mandou e te retorno -Lola falou e desligou a ligação, com os dedos ligeiramente trêmulos.

-O que foi? -Harry perguntou.

-Ele estava na frente do meu apartamento me perguntando porquê eu não estava lá e depois perguntou se eu estava na casa do meu namorado -Ela disse, soltando tudo como uma avalanche.

-Ele estava no seu apartamento?

-Na frente do meu apartamento -Lola corrigiu, mas Harry pareceu preocupado do mesmo jeito. Ela abriu a conversa com Houston e leu as mensagens em voz alta - "Clark acabou de me ligar, precisamos fazer a cobertura de um confronto da polícia", "Lola? Estou indo para lá agora, quer uma carona?", "Estou passando na sua casa agora", "Cadê você? Estou aqui na frente"

-Tudo bem, isso não me parece muito suspeito.

-Eu sei, mas como ele sabe onde eu moro e como ele sabe que eu namoro? Eu tenho certeza que nunca comentei nada com ele sobre essas duas coisas -Lola disse indo até o andar de cima novamente, precisava se arrumar.

-Você não está exagerando na paranoia? As vezes não tem nada a ver...

-Harry... -Ela o reprimiu, parando de andar e se virou para ele -Eu não estou doida, eu sei do que estou falando. Eu nunca comentei isso com ele. Nunca.

-Não foi isso que quis dizer -Ele disse, fechando os olhos, sabendo que suas palavras provavelmente a tinham machucado -Desculpa, eu quis dizer que existem outros modos de ele ter conseguido essa informação, não necessariamente foi ele que colocou o grampo lá só porque ele sabe onde você mora.

-Tudo bem... Mas como? Qual a explicação plausível?

-Ele pediu pra alguém do jornal que tinha seu endereço, sei lá -Ela voltou a andar, indo em direção ao quarto para que pudesse se arrumar, Harry a seguiu -Mas Lola, olha pra mim -Ele pediu, fazendo com que ela se virasse para que pudesse encarar seus lindos olhos verdes -Toma cuidado hoje.

-Vou tomar -Ela disse, com um pequeno sorriso no rosto -E preciso me apressar.

-Você vai com um dos meus carros, então. São blindados -Lola deu uma pequena risada, ele era muito metido ainda que fosse fofo.

-Que honra -Ela disse, entrando no closet e abrindo uma das portas dos armários que continham algumas de suas roupas -Poder dirigir um dos carros blindados de Harry Styles.

-Eu não acredito que você ainda sente essas coisas sabendo que eu divido minha cama com você -O coração dela começou a bater mais rápido enquanto se trocava, realmente se sentia idiota -Tudo que eu tenho é basicamente metade seu agora -Lola engoliu em seco.

"Estamos indo muito rápido?"
"Parece que estamos casados"
"Mantenha a calma"
"Como? Ele acabou de dizer isso e só o conhecemos a alguns meses"
"Alguns meses?"
"Metade de um ano"
"Mesma merda"
"Mantenha a calma"
"Estamos indo muito rápido"
"Ele só é um pouco... Emocionado"
"Caramba porque temos que analisar todas as míseras palavras que ele diz?"
"Realmente"
"Chega"
"Fim da discussão"

-Estou indo -Ela o avisou enquanto saia do closet. Harry estava sentado na cama mexendo em seu celular com Alice em seu colo. Ele levantou os olhos para encará-la e sentiu seu coração bater mais rápido, o jeito como ela tomava conta dos batimentos cardíacos dele era diferente, realmente diferente. Nunca havia sentido aquilo antes -O que foi? -Ela perguntou depois de longos segundos sem que ele dissesse nada.

-Estou apenas admirando -Ele respondeu com um sorriso no rosto que fez com que ela sorrisse também.

-Então chega de admirar porque preciso ir.

-Você é estraga prazeres, sabia? -Ele disse, se levantando e indo até ela -E antes de ir precisa comer alguma coisa.

-Compro algo no caminho -Ela falou e seu celular apitou em suas mãos, era Houston a apressando -Realmente preciso ir.

-Tudo bem -Harry sussurrou e chegou mais perto dela -Mas toma cuidado, por favor.

-Eu vou tomar -Ela disse e ele segurou o rosto dela, se aproximando para lhe dar um beijo.

Quando eles se beijavam era como se tudo em seu corpo criasse vida, Lola sentia tudo formigando, tudo feliz, tudo em festa. Harry tinha muito controle sobre ela e era difícil controlar qualquer coisa. Na verdade, ela nem tentava, se entregava por inteiro.

Os lábios dele se encontraram com os dela por uma última vez antes de ele dizer:

-Te amo muito... E toma cuidado.

E ela desceu as escadas, rumo a um confronto policial.

All the love, H.        |h.s|Onde histórias criam vida. Descubra agora