Álcoolisão

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Sóbrio.

              Subo escadas
          Pra aliviar o opróbrio,
     O tédio, o ódio,
A pobreza da alma.

Na ausência da calma
Clamo por nada
Até que resplandeça
Um fio de alvorada,
E evapore minha cabeça

Desço as escadas
Distraído em risadas
  Que embora não acalme:
              Me alivia as pisadas.

E outra vez: pobre!
Percebo a colisão
Após uns goles,
Mergulho
na sensação
de viver
a nobreza
dos nobres
Só porre!
Só ilusão!

O chão me golpeia e
De cara na areia
Me afogo no mar.

Que leva meu corpo
Nem vivo nem morto,
Vela meu pobre espírito
no velejar!

RE-fle-XO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora