Tôin

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Todos nascidos do mesmo pai,
Da mesma mãe!
Mas nem tosdos se pareciam
Ela, que eu lembre:
nunca havia se afastado dele
um segundo sequer.
-Uma doçura de mulher!

Não ia a casa da comadere,
Não passava em frente ao cabaré,
Nem pedia bênção ao padre,
Até evitava ir à padaria do Mané,

Então porquê o Tôin
era o mais negrin?

O Zeca mesmo menino:
Continuava careca.

E a Mariazinha? arrancava
As cabeças das bonecas,
Pinta de Menina sapeca!

- "Euzira, porquê será que
Num mi vejo no Tôin? -Retrucava desconfiado do Tôin!

Pobre e Ingênuo Tôin !

-"inté parece Jão torrão,
O sanfãneiro
La do botequim!"

A formosura de mulher sorria!
E com doçura de mulher o respondia:

-Zeca, ômi de Deus,
Si avéxe não. vice!
Pensa e Aqéta o faxo!
Tu é maxo mais é baxo!
E baxo dur brabo"!

-"Sô doida não!
Independenti de quem
Se pareça o pobre coitado doTôin,
Foi a tu que dei
meu coração"!

E ele la de dentro, ria satisfeito:
-"Com tanto ômi no mundo,"
-pensava ele!
-"Foi pra mim
que ela abriu o peito
E tudo mais me deu,
Do que tinha de direito"!

O José Carlos,

a Maria

e o Antônio!

RE-fle-XO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora