Espíritos

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Espíritos

Porquê me persegues ho maldita?
Ando pela negurumidade
dos becos
Para que não me percebas.
Mesmo tristes teus dias:
Rastreia-me os passos

O raiar da aurora
lhe traz forma
Na penumbra das coisas:
Te transformas!
Não possues vida própria.
Há não ser que te escondas
Detrás das multiformas
que escondem-te.

Pelo medo que me possui
Apago as luzes e estrelas,
Luas e... os raios que os partas!
Os vaga-lumes: esmago-os.
Qualquer centelha de luz em mim, qualquer estalo que arrebate a consciência.

Próxima parada descerei.
Não me acompanhes!
Até que a condução
vire a próxima esquina
Afastando-te mais e mais.
E recostarei detrás do muro curvado a cabeça.

Expurgando meus ais.
Até que as horas passem,
Até que anoiteça, até que eu me acalme, até que de uma vez ...
Meus olhos te esqueçam!

RE-fle-XO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora