RESISTÊNCIA

75 22 11
                                    

RESISTÊNCIA

Brado! Não me calo.
Não me prosto!
Amarrem-me no tronco
Até quebrem meus ossos
se preciso for.
Mesmo amordaçado
com fivelas de ferro
Expurgarei meu ódio,
cuspirei minha dor!

Quanto a tinta que cobre minha pele;
Essa é a cor!
Se acaso te ofuscas os olhos;
Reclame-a a quem Pintor!

Nos teus conceitos,
Em meu cérebro
Há menos neurônios,

Porém estou vivo e de alma livre.
Em meu corpo vive a calma,
Em vocês; tais demônios!
...que atormentam-nos
dia após dia
derramam nossas almas
bebendo nossos sonhos.

Estou em paz!

E por mais que solapem
minhas origens furtadas

Estarei em paz!

Mesmo tendo
minha alforria rasgada,

Morrerei em paz!

Não me rendo.
Entregar-me-ei ao que acredito.
Mesmo com meu sangue escorrendo,
Os céus ouvirão meus gritos.

Retalham-me com seus edítos!
Meu couro embolhando
Pelos vincos das chibatadas,
vejo a justiça e o repouso chegando
e os céus afagando minh'alma!

Espreitaram-me covardemente,
Feito lebres me caçaram.
Arrastaram-me em correntes,
Pés e mãos me amarraram.

Amordaçaram o Valente!

Minha família massacraram e
Estraçalharam em seus dentes.

Em correntes?

Alcatéia de Covardes!
Sabem que o punho negro
É potente.
Que a força
Das minhas mandíbulas
Rasgariam-lhes a cara facilmente.

Precaveram-se, por isso,
do produto que lhes renderiam uma
Boa quantia em dinheiro.
Minha vida não derramaram,
Arrastaram-me
Ao covil do inferno.
Face a face com o diabo.
Deixando pra trás meu Clã
com requintes de crueldades;
os exterminaram.

Restou-me honra e saudade.
Desejo de vingança e liberdade de ser livre por ser humano.
Lutarei até a morte.
Não me entregarei
A corja de tiranos.

Pelos meus morrerei!
Assim como por eles partirei.
E no último gotejar
do meu espírito
Os encontrarei e juntos pra sempre
estaremos!

RE-fle-XO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora