"Se não houver recompensa após a vida, então o mundo é apenas uma brincadeira cruel."
- Espera! - exclamei rapidamente. - O senhor está dizendo que já fazem mais de um mês que essas câmeras estão queimadas?
- Está surdo ou o que? - escutei Any murmurar do meu lado. Desde o carro até aqui, ela só vinha me dando algumas respostas afiadas. Não que eu ligasse muito para ela, já que a mulher de cabelos cacheados era somente uma vítima mas um pouco de educação comigo eu agradeceria.
- A verba do condômino está um pouco baixa detetive Beauchamp. - se explicou o porteiro. - Mas... eu vi uma pessoa diferente entrando aqui nesta tarde.
- Conte logo Severino! - Any quase pulou em cima do coitado que assustou dando um pulo pequeno para trás.
- Era uma adolescente, no máximo quinze anos, tinha um cabelo preto e liso um metro e meio, tinha os olhos claros e usava um casaco preto - enquanto ele ia dizendo eu anotava tudo.
- Mais alguma coisa? - perguntei e ele negou com a cabeça.
Me afastei dos dois tentando pensar em algo. Talvez essa adolescente não tem nada ver com quem tenha deixado a carta, se ninguém entrou aqui nessa tarde pode ser que foi a mesma ou apenas uma distração.
- No que está pensado? - Gabrielly brotou do meu lado me fazendo sair dos meus pensamentos aonde procurava alguma coerência.
- Você pode me levar até o seu apartamento? - perguntei rapidamente.
- Não. - cruzou seus braços como um criança birrenta.
- E por que não? - perguntei e ela respirou fundo.
- Se você não tivesse sido grosso comigo eu ficaria até feliz em te levar pra conhecer minha cama Joshua. - disse se virando, olhei para ela andando até o elevador.
- Eu não estava sendo grosso senhorita Gabrielly. - falo e o elevador se abriu junto com um sorriso no rosto daquela mulher.
- Então se desculpe. - entrou no elevador
- Por que devo me desculpar? - perguntei entrando no elevador também.
- Porque você é arrogante... - ela deu de ombros e olhei confuso para ela. - E gostoso.
- Peço que tenha respeito Gabrielly. - digo e ela ri fraco. - Se algum momento eu fui grosso com você me perdoe.
- Certo... Josh. - ela sorriu - Agora eu deixo você entrar no meu apartamento.
Demorou alguns minutos e assim que as portas do elevador se abriram ela saiu indo direto para frente da porta que chutei ser do seu apartamento.
Olhei para o chão atrás de algo que ela não tenha reparado e... bingo, um botão preto caído perto da porta pego o saquinho plástico e coloco a pequena prova lá dentro e, mostro para Any que faz uma careta estranha.
- Aposto que nem reparou nisso. - sorriu satisfeito.
- Estava mais apressada em ir atrás de você, "querida". - revirou seus olhos fazendo aspas com as mãos. Prendi meus lábios para não rir de sua irritação. - Então se for essa tal adolescente... será que ela só queria me assutar?
- Não acho que tenha sido a adolescente. - seguro o plástico em minha mão analisado ele.
- Então quem mais seria? - perguntou confusa.
- Acho que na verdade ela foi mandada por outra pessoa. - contei e Any olhou para mim com a expressão confusa. - Pensa bem, essa tal pessoa que viria atrás de você ela não seria burra o suficiente para vir até aqui se arriscar por um mero bilhete, ainda mais de dia.
- Até que você tem razão. - pós a mão em seu queixo. - Quero entrar na investigação. - gritou do meu lado.
- Em? - fiz uma careta ligeiramente para a moça que abriu o maior sorriso para mim.
- É isso mesmo Joshua, eu quero fazer parte da investigação. - ela disse confiante.
- Desculpe mas vítimas não fazem isso. - falei tentando tirar essa ideia maluca da cabeça dela.
- Não, está errado pois se eu quiser posso acompanhar de perto isso e como eu iniciei meu curso ano passado significa que você pode ser o meu instrutor de alguma forma.
- Não eu não posso ser seu instrutor e outra você é uma vítima de alguma forma é. - eu disse rapidamente. Nem pela minha cabeça passava eu trabalhado com esse ser que dava em cima de mim na cara de pau.
- Está com medo de eu roubar seu emprego de melhor detetive do ano Josh? - sua pergunta direcionada para mim foi em um tom divertido.
- Estou dizendo que... - uma jovem loira de olhos azuis saiu do elevador e interrompeu minha fala rapidamente.
- Any? - a loira foi para o lado de Gabrielly e me olhou de relance. - Achei que tinha parado com seus encontros sem me avisar.
- Não, não - nego rapidamente. Nunca me dou bem nessas situações constrangedoras que eu passo. - Eu e a senhorita Gabrielly não íamos fazer isso aí.
- Transarem? - a loira perguntou rapidamente em tom divertido. - Não se preocupe só estava brincando.
- Tudo bem, Josh. - Any sorriu. Por que algo me diz que ela não desistiu assim tão facilmente?
- Sério? - pergunto desconfiado.
- Claro. - ela veio até mim e beijou minha bochecha demoradamente, quando a mesma chegou perto de mim pude sentir seu perfume doce transferir pelas minhas narinas aquele cheiro me deixou cal... - Até mais Josh. - ela sorriu e puxou sua amiga para dentro do seu apartamento antes que eu pudesse dizer algo, fiquei parado olhando para a porta tentando fazer minha mente parar de pensar que o perfume do ser irritante que eu mal conhecia ser tão bom.
(...)
- Assim claro. - ouvi a voz de Steice parecendo falar com alguém animada. - Temos sim, certo tchau!
Entrei na sala e minha noiva estava sorrindo olhando para o seu celular. Ela ergue seu olhar e eu sorri.
- Oi. - digo suavemente, ela apenas me ignora e se levanta saindo dali. - Steice, o que foi? - começo a seguir até a cozinha.
- O que foi Josh? - ela me olhou irritada. - Você está dando mais atenção para esse seu trabalho do que para mim.
- Mas amor só foi ontem... hoje até cheguei mais cedo para nós ficarmos juntos. - me aproximei dela mas Steice deu alguns passos para trás.
- Certo... - deu de ombros. - Agora eu vou sair tenho uma reunião com alguns patrocinadores. - respondeu saindo dali.
- Jura? - perguntei rindo fraco com zero humor - Chegou cedo para ficar com você, e você vai sair agora?
- Não venha com ciúmes, Josh. - me encarou. - Se eu tenho que entender seu trabalho você também tem que enteder o meu. - falou rígida e saiu do meu campo de visão.
Respirei fundo e me sentei na ilha da cozinha. Quando estava empenhado em um caso sério, Steice surtava comigo, mas eu sempre tentava reconciliar tudo para ficar com ela. Isso já aconteceu mais de uma vez, só que às vezes é complicado para mim, era cansativo.
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Dêem a devida atenção a vocês primeiramente, os outros não irão ligar se você está extremamente cansado emocionalmente.
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Complicated
Fanfiction- Por que tem que ser tão complicada? - Por que tem que ter vinte e cinco com humor de cinquenta? Uma bota camurça de salto nunca foi tão bonita quanto ficava nela. Com os cabelos encaracolados jogando no ombro, uma saia preta de couro, e claro...