- Por que tem que ser tão complicada?
- Por que tem que ter vinte e cinco com humor de cinquenta?
Uma bota camurça de salto nunca foi tão bonita quanto ficava nela. Com os cabelos encaracolados jogando no ombro, uma saia preta de couro, e claro...
"É engraçado como alguém pode partir o seu coração e você ainda amá-lo com todos os pedaços partidos."
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Três meses. Três meses tinha se passado, três meses sem nada, nenhuma notícia. Já faz três meses desde que ela falou que me queria longe. Ela não voltou mais para delegacia, Bailey já não me diz mais sobre ela.
Os três meses foram dolorosos, ainda está sendo, ainda estou tentando superar tudo que aconteceu. Trabalhar sozinho já não é a mesma coisa igual antes, antes dela aparecer. Eu nunca achei que sentiria tanta falta dos comentários durante uma investigação como agora.
Eu sai com os meus amigos de Los Angeles, toda mulher que chegava em mim eu não conseguia levar a sério, ela não deixava minha cabeça, parecia que outras mulheres não conseguiam fazer eu prestar atenção nelas. Todas as manhãs de domingo quando eu olhava para o piano, a lembrança de eu tocando para ela me vinha na mente.
No mundo da investigação estava tudo certo, menos que L.A tinha perdido uma ótima novata. Tom ainda não tinha sido encontrado, eu também falei com Zay e Dytto, disse para eles fazerem uma varredura em Las Vegas. Aquele louco podia estar em qualquer lugar e até mesmo aqui em Los Angeles.
Resumindo tudo, só foi trabalho em cima de trabalho e buscando de alguma forma esquecer ela. Como se fosse fácil fazer isso. Eu podia ir atrás dela, passei a noite inteira pensando nisso quando me dei conta que nesse mesmo dia, já fazia três meses que eu saí por aquela porta do quarto do hospital.
Mas ela disse que estaria melhor sem mim, eu não podia obriga-la a ficar comigo, insistir só faria eu sofrer mais do que já estava. Estávamos tão perto um do outro, mas ou mesmo tempo tão longe... os dias não eram tão agradáveis.
Na verdade nada era, era apenas um dia normal, o sol se abria, mas as suas luzes aos meus olhos se tornavam cinzentas. Tudo parecia ter tornando branco e preto.
Comecei a odiar domingos porque a única coisa que eu fazia era ficar sentado naquele sofá assistindo programas da TV que não me tirava do tédio. Eu me perguntava porque estava me destruindo aos poucos sendo que depois tinha que me reconstruir novamente.
Era tudo uma falsa confiança que eu pregava, mas não tinha... acho que a perdi a três meses atrás.
Peguei o controle remoto e comecei a mudar de canais, logo parei em um de culinária. Por que não assistir pessoas fazendo comidas né? O que eu tinha a perder mesmo? Nada. Eu já não tinha mais nada a perder.
Me assustei quando a campainha começou a tocar. Revirei os olhos por ter que me levantar. Era domingo, será que alguém em sã consciência gosta de ir para casa dos outros no domingo? Eu odeio os domingos.
- Joshua Kyle Beauchamp? - o homem a minha frente perguntou. Parecia um entregador por conta do seu uniforme e um pacote em suas mãos.
