Capítulo Dezoito: André

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Escutei Bruno sussurando no ouvido do Gustavo e o que senti foi muito estranho. Uma mistura de excitação e ciúmes.

"Ainda bem que você disse que sim..."

Ele queria tanto outra pessoa assim?!
Logo que me dei conta do que estava sentindo, percebi que muito provavelmente estariamos 'condenando' nossa relação por momentos de prazer.
Tive o impulso de parar por ali, mas então os lábios de Gustavo tocaram outra vez os meus. Eu também queria muito ele, e seria de uma hipocrisia sem fim se eu desistisse agora.

Ficamos todos como viemos ao mundo, nús. O corpo de Gustavo era sensual, perfeito. Uma obra cara para ser apressiada. Fiquei impressionado admirando o quanto um corpo sem ser definido pode ser ainda mais bonito.

Bruno começou o beijar enquanto eu os assistia. Os dois estavam envolvidos em seus corpos, era palpável a química entre nós. Assisti-los estava me deixando louco.

Gustavo era gentil, amável e parecia preocupado. Vez ou outra emitia um gemido suave e excitado. Seus olhos fechados me dava a liberdade de encara-lo sem me sentir o stalker que fui.

Encantado com sua beleza nem percebi que minha imaginação foi além...

Começei a pensar em como teria sido nossa vida se eu tivesse ido para aquele encontro que eu mesmo o convidei e o deixei esperando.
Será que ele me perdoara completamente? E se tudo tivesse acontecido com deveria, seriamos felizes?

Imaginei um desfecho diferente. Uma realidade onde eu teria ido, teriamos conversado e eu me encataria ainda mais com seu sorriso. O convidaria para irmos a um outro lugar onde eu o tomaria em meus braços e o beijaria apaixonadamente. Agora que já senti o gosto de seus lábios consigo visualizar os arrepios que sua língua causaria em meu corpo.

O melhor seria que eu o teria só para mim, não teria que dividi-lo com o Bruno...

Isso me fez voltar a realidade e os encarar no contexto completo. Enquanto eu devanio eles se beijam e se dão prazer... Percebo que Bruno está extremamente excitado e ainda mais do que quando eu e ele fazemos amor.
Sei que estou sendo desnecessário porque eu também o amo, e com a gente é tudo diferente, e o que está realmente acontecendo é que eu não sei se estou com ciúmes de Gustavo ou de Bruno.

Bruno percebe que já não estou participando e se volta para mim. E me beija. Eu sigo o embalo e tento apenas curtir o momento.

"Vamos para o quarto?"

"Vamos..." concordo. Bruno vai na frente Gustavo segue no meio e eu o último da fila, observo o desfile de bumbuns e agradeço por estar ali.

Somos três homens aproveitando a vida, e está tudo bem. Não juramos amor eterno e nem compromisso a três, por que então eu tenho que ficar pensando esse monte de coisas?!

Assim que entramos no quarto Bruno joga Gustavo na cama e me convida:

"Amor, vamos enloquecê-lo de prazer?!"

Parece-me uma perfeita ideia. Eu me ajoelho em volta de Gustavo e começo o beijar. Bruno repete a ação.
Em um dado momento eu e Bruno encontramos nossos lábios e começamos a nos beijar.

Levantamos o tórax sobre o corpo de Gustavo e permitimos nossos corpos sentirem o que aquele beijo despertara.

Me lembrei o porque havia me apaixonado por Bruno. Senti saudade de quando nosso relacionamento era puro, sem mágoas e traições. Depois recordei do quanto eu havia sofrido com o término.
Eu percebi que uma lágrima escorreu de meus olhos e estava chorando em um momento nada propício.

Parei de repente e sentei do lado de Gustavo que nos observava atentamente.

"Acho que bebi demais na festa e ainda estou muito bêbado, preciso descansar um pouquinho." Ainda tinha lágrimas em meus olhos.

Bruno me encarou incrédulo e até Gustavo pareceu surpreso.

"Talvez tenha razão, vou ir embora. Não vai dar certo isso..."

Gustavo levantou-se de imediato e foi para a sala, pegou suas roupas e começou a vestir. Não tive nenhuma vontade de impedi-lo. Bruno pareceu o único espírito livre ali que tentou prolongar aquilo.

"Que isso, fique mais um pouco. Vamos conversar e deixar que as coisas aconteçam..." sua voz saiu fina, acho que ele queria que soasse sensual.

"Já estão acontecendo e agora eu quero ir embora. Não se preocupem comigo. Obrigado." Respondeu enquanto se vestia apressadamente. Girando em torno de si mesmo ao finalizar e saindo da casa em um segundo.

Eu continuei sentado olhando para a porta. Bruno sentou-se ao meu lado.

"O que aconteceu?"

"Nada, é exatamente o que aconteceu. Nada!"

Eu sabia que não precisava ficar do jeito que estava, mas era incontrolável. O que era pra ser legal se tornou chato.

"Vou me deitar, não estou bem."

"Tudo bem, vou ficar na sala assistindo alguma coisa."

"Como quiser!"

Me estiquei sobre a cama e não estranhei a reação do Bruno. Ele nem tentou conversar, ou discutir. Muito provavelmente também estaria enfrentando suas guerras interiores.

Nunca o desejo fora formarmos um trisal, ou engajarmos qualquer tipo de relacionamento, era para ser uma noite quente com muito sexo e nada mais...
Era pra ser uma experiência nova e interessante, no mínimo. Porém no fim pareceu mais uma tempestade de ventos que soprou nos sentimentos dos três e virou tudo de cabeça pra baixo.

Deitado tentei não pensar em nada e so pegar no sono, mas não pude evitar as lágrimas robustas que cairam dos meus olhos, e ali chorando e abraçado ao travesseiro de Bruno adormeci.

***

Olá, tudo bem com vocês??
Uhuul mais um capitulo no dia prometido.
Espero que vocês estejam gostando do que tem acontecido com eles.
Não deixe de comentar e votar isso é muito importante para mim.
Gratidão e boa semana para todos nós!!
Beijoos

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