Capítulo Vinte e Oito: André

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Com meu relacionamemto acabado, minhas chances com Gustavo esgotadas, e uma sensação de que tudo estava se destruindo, eu precisava seguir com minha vida.

Tinha que fazer tudo diferente daqui pra frente.

Voltei para a cidade onde moro e ainda curso na faculdade de medicina, antes que o Bruno. Eu e ele já não tinhamos mais nada e eu precisava ficar longe dele o mais rápido possível, exatamente como manda a lei dos separados. Me prontifiquei a arrumar as coisas dele para que saísse de nosso quarto logo. Ainda moravamos na pensão que eu morava antes de conhecer o Gustavo.

Enquanto dirigia eu não saberia indentificar o que eu estava sentindo. Tudo se resumia em um vazia absoluto.

O pensamento de perdoar Bruno e seguir em frente com aquele relacionamento de merda, era constante, mas eu sabia que isso se dava pelo medo da solidão, porém eu não iria ceder. Eu tinha que quebrar esse maldito ciclo de relacionamentos tóxicos de uma vez por todas.

Vez ou outra meus pensamentos eram inundados por memórias dos dias de glória de nossa relação. Entretanto, logo em seguida as cicatrizes de toda a ferida causada por mentiras, traições e outras coisas como isso, voltavam a sangrar.

As lágrimas insistiam em  aparecer e já não sabia diferenciar as que caiam por fúria das que caiam por magoas ou outro sentimento.

Eu queria poder abrir a janela do carro e jogar tudo aquilo fora. Deixar na estrada essa porcaria toda.

Para piorar tudo meu telefone começou a tocar e vi no visor que a chamada era de Bruno.

"O que será esse filho de uma puta quer agora?!"

De todo jeito o melhor era eu atender.

"O que foi?"

"Oi lindo. Já chegou em casa?"

Aff, ele era um escroto, como.eu não havia visto isso antes?

"Ainda não, por que?"

"Curiosidade... André só queria te dizer que eu sinto muito, e te pedir para que pense em reconciderar. Por favor, vamos continuar?! Eu não posso falar nada sobre mudar, porque eu acho que você não acreditaria, mas eu te amo. Não deixa a nossa história acabar assim!!"

Já nem me surpreendia mais esse tipo de fala. Só queria que tudo fosse diferente, e eu sabia que se eu proceguisse com ele nada mudaria.

"Bruno, eu também amo você, mas consegue ver que eu não estou feliz? Entende que eu não sei lidar com o tipo de relacionamento que deseja? Já nem é mais questão de ciúmes... Nossa relação se tornou tão tóxica que eu não consigo enxergar nenhuma gota de melhora no futuro."

Houve silêncio do outro lado da linha e eu seguia dirigindo, e falar a ele o que eu tinha certeza me fez sentir maior tristeza. Logo a raiva me dominou e eu quebrei o silêncio.

"Puta que pariu, Bruno. Eu cansei de ser compreensivo. Cansei de ficar atrás de você. Eu juro que cansei. Você não consegue manter essa merda de pau dentro da cueca. E o pior, você nem sabe o porque! Se eu fosse um assexuado entenderia, mas não sou. Tenho certeza que eu te satisfaço. Por que, tem que ser assim?!"

"Eu também não sei. Me perdoe." (Ele estava chorando eu pude ouvir em sua voz.) "Eu digo isso sinceramente a você! Me perdoe. Eu juro que queria viver para sempre com você, e só com você... E eu sei que fui egoista, mas te juro que não serei mais."

Ele fez uma pausa. Eu conseguia ouvir seu choro baixinho, mas não sei se ele estava sendo sincero ou estava falando aquilo apenas para me manipular e para que eu falasse o que ele queria ouvir e isso eu não faria outra vez, então fiquei calado esperando que ele continuasse.

"André, eu juro que te deixarei em paz. Por favor, arrume todas as minhas coisas e em três dias eu irei busca-las. Desejo que você seja feliz! Eu realmente desejo que você seja feliz!"

"Obrigado... Eu desejo o mesmo a você! " Encerrei a chamada em seguida.

Tive vontade de parar o carro e chorar tudo o que eu pudesse, mas as lágrimas secaram. Puxei ar e respirei fundo por algumas vezes, repetia a mim mesmo que agora tudo realmente ficaria bem.

Eu amo o Bruno, ou amei, mas isso já não importaria mais. Eu seguirei em frente e dessa vez de uma vez por todas.

Meus planos envolviam focar em minha carreira, em minha propria vida e descobrir o que a tão temida solidão havia de belo para me mostrar.

Não demorou muito depois do fim da chamada para que eu chegasse.

Cumprimentei a Dona da pensão e fui para meu quarto. Não me surpreendi quando ela nem me perguntou onde estava o Bruno, uma vez que ela sempre deixou claro que não ia muito com a cara dele.

Me joguei sobre a cama e peguei no sono. Eu precisava descansar, precisava me sentir pronto para recomeçar!

***
Olá amores!! Me perdoem a demora nas atualizações dos capítulos, mas devagarzinho estamos chegando ao fim. Faltam apenas 4 capítulos para chegarmos ao fim definitivo dessa história que começou como uma aventura e se tornou bem séria a mim!!

Quem gostaria de ver Diga que sim se tornando um livro físico me conta ai nos comentários!!

Não esqueçam de comentar o que estão achando da história e dessa separação definitiva de André e Bruno.

Tentarei postar pelo menos mais um capítulo essa semana!!

Ah, votem tbm!!
Um big beijo e gratidão!!


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