Claro que reconheci Gustavo assim que coloquei meus olhos nele. Eu havia o paquerado ou melhor o 'stalkeado' por muito tempo para não reconhecê-lo.
Senti meu coração sair pela boca. Primeiro porque achei que Bruno estava se referindo a mim. Foi a primeira vez desde que voltamos que eu realmente achei que estaria sendo traído. Ouvir ele dizer '...estarei livre...' desengatilhou um ciúmes doentio, mas depois quando o Gustavo se virou, falou repentinamente que havia dito sim e ido ao encontro eu tornei a gelar. Realmente não sei explicar ou me expressar de uma forma que lhes façam compreender como foi que eu realmente me senti.
Fiquei parado o encarando enquanto ele esperava seu suco de laranja, deduzi que finalmente havia vencido o seu problema com álcool, e depois vê-lo se afastando e o efeito que ele causara em mim e em Bruno foi no mínimo estranho.
Quando ele estava gradualmente longe eu por fim perguntei:
"De onde você conhece ele?" Mas, Bruno me devolveu outra pergunta como resposta, e essa me surpreendera.
" Então ele é o cara que você deu bolo?" Como ele era rápido, cheguei a ter raiva de mim mesmo por ter contado a história do encontro para ele. Eu não queria responder. Então apelei...
"Te perguntei primeiro." Sentei na cadeira que outrora estava ocupada por Gustavo, fiz sinal para o garçom e pedi uma Margarita e esperei que o Bruno me contasse tudo o que pudesse sobre o meu antigo, que não é tão antigo assim, crush.
"Eu conheço o Gustavo desde nossa adolescência. Quando eramos alunos no primeiro ano do ensino médio, logo que meus pais se mudaram para essa cidade e eu ingressei na escola, fizemos amizade. Nos tornamos grandes amigos com o tempo, mas eu sempre fui afim dele. Ele era um dos garotos mais lindos da escola. O jeito dele sempre misterioso, caladão, e seu sorriso de lado, me conquistou muito antes de eu entender o que realmente significa ser gay. Porém eu não sabia se ele era como eu. Pensei inúmeras vezes em tentar alguma coisa com ele, mas sempre desistia com medo de sua reação. Até que uma vez, ele bebeu todas em uma festinha que estávamos juntos e veio para cima de mim.
Aquele dia nos beijamos e foi maravilhoso, mas depois fui conversar com ele e ele me disse que não lembrava de nada. Fiquei decepcionado, porém dado ao seu nível de alcoolizado eu deduzi ser verdade.
Não sabia que ele estava aqui na cidade, tem bem uns seis anos que eu não o via. E ele estava justamente me contando que vai voltar a morar aqui, e ai você apareceu. E olha só a primeira coisa que ele te fala é que foi ao encontro que você o convidou... Então ele é mesmo gay..."
As palavras de Bruno me deixara extremamente pensativo e ele ao que pareceu também estava pensando nele, porque suas próximas palavras foram:
"Interessante saber logo agora sobre a sexualidade dele... Não acha?"
Claro que eu também achei hiper interessante, mas e agora? Como eu lidaria com isso? Na verdade com o que exatamente eu estava tendo que lidar? Eu e meu atual namorado somos interessados pelo mesmo cara, é isso?
Minha margarita ficou pronta e eu a bebi com muita vontade, seguimos sentados ali, de frente para o bar e em silêncio. Eu já havia contado minha parte com Gustavo à Bruno meses antes, então não falei mais nada.
Pedi outra bebida e estava realmente tentando encontrar coragem para solicitar algo que eu estava com muita vontade à Bruno.
Me recordo o quão gostoso foi hoje horas antes, fizemos amor três vezes seguida. Todo o carinho cedido por Bruno me era o suficiente, então estava enfrentando certa dificuldade para compreender o que eu meu corpo e coração me pediam naquele momento. Eu queria os dois ao mesmo tempo.
Ensaiei três vezes como dizer e quando abri a boa para pronunciar o meu insano desejo, ignorando todos os contras dessa situação, Bruno falou primeiro:
"E se convidássemos ele para sair com nós dois?"
Se aquilo era sincronia que continuasse assim então...
"Estava vendo qual a melhor forma para te fazer a mesma pergunta. Agora que o vi eu quero muito beijar aquela boca, estar com ele, mas quero muito que você esteja junto, porque não consigo mais imaginar a minha vida sem você."
Eu seguiria falando sem parar de nervosismo, então Bruno se virou e passou a me encarar com as mãos sobre as minhas. Logo pronunciou com uma voz tão sensual que senti alguma coisa mudar na região da minha pelve.
"Eu o amo André, amo muito. Porém, não consigo negar que quando o vi outra vez fiquei com muita vontade de tê-lo. O Gustavo sempre mexeu muito comigo, e não foi diferente dessa vez. Quero muito tentar alguma coisa com ele, e se for com você será mesmo muito melhor, a coisa toda seria além de apenas carnal."
"Talvez seja isso... Talvez devemos mesmo tentar nós três. Vamos beber mais uma dose e ir procurá-lo, se for pra acontecer mesmo ele vai topar."
"Pra que beber outra dose? Vou agora mesmo falar com ele."
Bruno sorriu, beijou minha testa e foi em busca do tão desejado por nós, GUSTAVO.
***
Olá, meus amores. Como vão? E os planos para o fim de semana??
Esse é o nosso penúltimo capítulo de Diga que sim, esse meu primeiro curta que me fez me reapaixonar pela escrita. Estou adorando contar a história desses fofos.
Espero realmente que estejam gostando. Não esqueçam de clicar na estrelinha, comentar e compartilhar com aquela amiga (o) que adora um curta, ou historias com o AMOR como temática!!!
Beijooooos e abraçoooosss!!!
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Diga que sim
RomanceGustavo é um professor cansado e entediado com sua rotina. Tudo já parece não fazer mais sentido, sofre de alcoolismo, mas ainda não sabe. Sua vida segue por esse caminho até o dia em que recebe um convite em um lugar inusitado e por um homem que el...