5º Capítulo

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POV Claire

Depois de várias doses de uísque e muita conversa, Jamie me convenceu, na realidade me forçou (ou prefiro acreditar que sim), a ficar na sua casa, não admitindo que eu fosse para casa sozinha tão tarde. Talvez mais uma amostra do seu instinto protetor? Fiquei indignada com ele por não ter pego todas minhas bolsas, saímos do hospital tão às pressas que eu não notei que estava faltando uma, e exatamente a que tinha minhas roupas limpas. Ele me emprestou uma camiseta dele para que eu dormisse e insistiu para que eu ficasse em seu quarto. Em suas cobertas. Com seu cheiro. Tinha certeza que não teria uma noite tranquila.

Fiquei pensando sobre como não conhecia nada sobre ele enquanto trocava minha roupa. E, assim que saí do banheiro vestindo só aquela camiseta, eu vi seus olhos me fitarem com desejo. Minhas bochechas queimaram de vergonha e decidi não olhar muito para ele, pois assim ele comprovaria que eu fico mexida com ele.

Num ímpeto claro de se livrar o mais rápido possível de mim, ele me empurrou para dentro do seu quarto e disse para "me virar" caso precisasse de alguma coisa. Respirei fundo assim que a porta se fechou atrás de mim, sentindo o aroma do ruivo no ar. Seu pequeno refúgio era mais organizado do que o restante do apartamento, a coberta de cama estava organizada e os poucos itens que decoravam o ambiente davam um ar bem masculino para o ambiente. Todavia, uma coisa destoava um pouco de tudo o que tinha lá: um terço. Eu nunca imaginaria que Jamie pudesse ser católico, muito menos a tal ponto de ter um terço em sua mesa de cabeceira.

E, como eu tinha suposto, não tive uma noite boa, mesmo. Sentir o cheiro do escocês começou a me deixar mais e mais inquieta, ele estava impregnado por todos os lados, em suas cobertas e em suas roupas e, nos poucos momentos que conseguia cochilar, Jamie invadia sensualmente meu sonho e me fazia acordar, afoita. Em um desses sustos noturnos, acordei com a sensação de ter escutado alguns gemidos vindos da sala (ou seriam do apartamento vizinho?). Esperei mais um tempo para poder ir até a cozinha e tomar água e, assim que saí do quarto, encontrei Jamie dormindo placidamente de lado no sofá, um pequeno sorriso esboçado no rosto. A claridade que saía da luz do banheiro, que Jamie tinha deixado acesa para eu não me perder, iluminava o ambiente até o sofá. Nesse momento notei que ele estava sem camiseta, será que Jamie tinha sentido calor durante a noite? Mas nem estava tão quente assim, muito menos na sala... resolvi esquecer todos esses pensamentos que invadiam minha mente e voltar para a cama logo. E para meus sonhos eróticos com o dono dela.

No dia seguinte, levantamos cedo e fomos até minha casa para que eu me arrumasse devidamente. Enquanto terminava de me vestir senti um cheiro delicioso de café fresquinho e mingau de aveia e, assim que cheguei na cozinha, vi que Jamie tinha feito um café da manhã delicioso para nós dois. Ele é realmente muito protetor com as pessoas que estão à sua volta, mesmo sendo eu e naquela situação um tanto quanto estranha. Fomos até a imigração em seu carro, um silêncio sepulcral durante todo o trajeto, e ambos claramente nervosos com o que estava por vir. Sabia que não só minha vida estava em risco com aquela situação, mas também a dele. Mentir para um órgão americano não faz em para ninguém.

Estava muito nervosa, minhas pernas sacudindo insistentemente enquanto tentava encontrar calma. Jamie tentou por algumas vezes me tranquilizar, pedindo que eu parasse de movimentá-las tanto, mas, quando me sentia acuada, minha armadura voltava com força e não conseguia deixar de ser arrogante. Todavia, escutar uma palavra de sua boca me deixou mexida:

- Sassenach, amor, tenho certeza que não quer ficar longe de mim agora... – eu não voltei meu olhar para ele, completamente assustada e impressionada com o que ele tinha dito.

- Amor? - falei mais alto do que gostaria. - Jamie, não precisa ser tão realista com o seu teatro...

- Sra. Beauchamp? Sr. Fraser? Estamos prontos para lhes receber. – me assustei com a aparição repentina do sr. Ford, mas, além disso, me senti triste pois tinha entendido o porquê daquele carinho repentino e não posso negar uma pequena ponta de desapontamento.

A PropostaWhere stories live. Discover now