26º Capítulo

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POV Claire

Jamie era maluco? Com certeza. Eu amava o jeito dele de ser? Sem a menor sombra de dúvidas! Minha vida sempre tinha sido metódica demais, com milhares de regras a serem cumpridas e prazos a serem atingidos a cada segundo. Nunca aproveitei o processo de realização de qualquer coisa, por mais prazerosa que fosse, eu simplesmente me focava em finalizá-la o melhor e o mais rápido possível. Mas isso foi antes de começar a me relacionar com meu escocês. Ele me trouxe tanta leveza e felicidade para o meu dia a dia que, depois de poucas semanas juntos, eu não sabia como tinha conseguido viver nesse mundo de outra maneira que não fosse aquela, ao lado dele e aproveitando cada pequeno momento na sua companhia.

A semana anterior ao nosso casamento tinha passado voando entre as atualizações de prontuários dos pacientes, os ajustes apressados na pesquisa de Jamie para entregar para o Dr. Goldenberg e algumas cirurgias neurológicas de alta complexidade, tanto para mim quanto para Jamie. Ele tinha tanta habilidade e tanta firmeza em todos seus diagnósticos e intervenções que, caso eu precisasse de uma cirurgia neurológica, não pensaria duas vezes em escolher ele como meu cirurgião. E isso não era orgulho de esposa, definitivamente sabia separar o profissional do pessoal. Eu confiava plenamente em suas escolhas e, com suas diárias e sempre assertivas tomadas de decisões dentro do hospital, eu confirmava como tinha razão desde o princípio quando vi que ele tinha um dom espetacular para a profissão que havia escolhido. E obviamente eu tinha muito orgulho dele, mas isso não se restringia somente ao seu lado profissional. Esse orgulho era principalmente por ele ser o filho mais atencioso, o irmão mais preocupado, o esposo mais amoroso e o pai mais cuidadoso que eu já tinha conhecido. Ele era o pacote completo, e eu tinha tirado a sorte grande!

Estava adorando sentir aquela pequena ansiedade a caminho de Lallybroch. Finalmente estaria com a família de Jamie outra vez, os considerava como minha própria família tamanha a afinidade que tivemos desde o primeiro minuto que estivera lá para o casamento de Jenny, e a saudade deles me apertava o coração desde minha saída apressada naquela noite fatídica. Na realidade não exagero em nada quando falo que os amo como meus próprios pais e irmã e sempre mantive contato com eles quase todos os dias depois da minha volta para Boston, independente de Jamie estar comigo ou não. Me preocupava com os esforços que Bryan e Ian faziam para manter a empresa nos trilhos, os deixando irritadiços muitas vezes; com Ellen e sua extrema necessidade de suprir todas as urgências da sua família, mesmo que isso gerasse uma ansiedade extrema nela; e com Jenny e sua gravidez que, por mais que estivesse correndo bem, me causavam preocupações devido aos picos de estresse mais intensos do que o normal que aquela baixinha mandona estava tendo agora na sua gravidez. Preocupação saudável e de alguém que queria muito bem a sua família. Minha preocupação era saudável e de alguém que queria muito bem a sua família do coração.

E só bastou eu chegar na propriedade dos Frasers para que minhas lágrimas começassem a correr pelo rosto. Ellen mal escutou nosso carro chegar e foi correndo a meu encontro não se importando com o frio, ainda com o avental amarrado na cintura, e mal me deixou sair do carro para me dar um abraço emocionado, suas mãos acariciando meu rosto enquanto chorávamos em meio a sorrisos.

- Minha querida Claire, que saudades que eu senti de você! - ela me abraçou mais uma vez. - Ainda mais que você saiu sem se despedir de mim no dia do casamento da Jenny... - comecei a tentar me desculpar pela milésima vez quando ela me interrompeu. - Você não precisa se desculpar, a leannan, é que eu senti muito a sua falta!

- E você não sentiu saudades de mim, mãe? - Jamie apareceu, vindo da parte de trás do carro, e abraçou a mãe com carinho. - Eu também saí sem me despedir! – eles riram e nós todos entramos na casa devido ao frio intenso que fazia, a neve cobria levemente o gramado. Os dois estavam de mãos dadas caminhando à minha frente, sorrindo um para o outro em código, um código que só pais e filhos entendiam. Uma relação muito linda e que eu esperava conseguir repetir com a criança que estava em meu ventre.

A PropostaWhere stories live. Discover now