Capítulo 18

5.4K 606 101
                                    


[Diego]

Se eu disser que não estou nervoso por ir na casa da família, que eu ouvi por toda minha vida, ser a culpada por destruir a minha, eu estaria mentindo.
Estacionei a moto tem cinco minutos e estou tomando coragem para entrar.

"Ei? chegando?"
- Baixinha

Lucy já está me mandando mensagem, acho melhor entrar logo e acabar de uma vez com tudo isso.

"Estou no portão"
- Diego

Não demorou um minuto e o portão se abriu, me revelando dois caras e um eu conheço como Matteo, o motorista e segurança da Lucy. Ela já me falou sobre ele, que são amigos e ele trata ela como irmã, percebi pelo jeito que ele me olha.

- Bom dia!- Falei educado e só o moreno respondeu, o Japa apenas mexeu a cabeça.

- Achei que não viria mais.- Escutei a voz da Lucy e olhei para o lado, ela estava na porta e caminhei até ela.

- Claro que não, linda.- Dei um selinho nela.

- Olha, meu pai costuma ser um pouco dramático, é só não se importar muito. Ele assusta um pouco, mas é uma boa pessoa e não mata nem uma mosca.- Ela falou um pouco rápido.

- Pode deixar.- Dei mais um selinho e entramos. O pai estava com os braços cruzados e a mãe estava apoiada a ele.- Bom dia, senhor e senhora Clark.

- Bom dia!- A mãe dela respondeu e caminhou até onde estávamos, me surpreendendo com um abraço.- É um prazer te conhecer.

- Igualmente, senhora Clark.

- Pode me chamar apenas de Clara. Por favor! Não estou tão velha assim.

- Tudo bem, sen...- Ela me repreendeu com o olhar.- Clara.

- Então você é o cara que está pensando que vai roubar minha menininha de mim.- O senhor Clark falou, me fazendo olhar para seu rosto.

- David.- Clara olhou para ele, que por um instante perdeu a pose de mal, mas assim que voltou seu olhar para mim, me olhou como se quisesse me matar.

- Não senhor. Eu não tenho intensão nenhuma de roubar ela de vocês.

- CHEGUEIII FAMILIAAA.- Dei um pulo de susto assim que gritaram atrás de mim.- Hora hora, se não é o pedofilo.

- DYLAN.- Um cara puxou ele, que pelo nome sei que é tio da Lucy e suponho que o outro é o marido dele e irmão da Clara. Lucy já me falou deles também.- O que eu falei para não se meter.- Ele falou baixo, mas deu para ouvir.

- Vamos até o escritório.- Clara falou e Dylan foi o primeiro a andar.- Só David, Lucy, Diego e eu. Já basta o drama do David.- O marido dela olhou feio e ela sustentou o olhar, fazendo ele dar de ombro e ir na frente.

- Isso é injusto.- Escutei Dylan falando antes de entrarmos no escritório.

- Quais são sua intensão com minha menina?- Ele não esperou nem sentarmos.- Não venha falar que é são as melhores, que é muito clichê.

- Eu me surpreendi com meus sentimentos por sua filha, confesso que estou assustado. Eu nunca me esqueci dela e depois que nos reencontramos, voltei a sentir tudo de novo e mais forte até eu notar que o que sinto é amor. Eu a amo e nunca deixarei nada de ruim acontecer com ela, nem que eu tenha que...- Machucar meu próprio irmão para isso.

- Quê?

- Morrer para isso.- Completei.- Sei que deve ser difícil o senhor acreditar em mim, mas eu realmente amo sua filha.- Ela apertou minha mão e a mãe dela sorriu para mim.

- Você tem carro?

- Moto.

- Minha filha não anda de moto, então quando for sair com ela, Mateo leva vocês e busca. Entendeu?

- Te amo, papai.- Lucy foi até ele, o beijando.

- Só estou aceitando esse namoro porque vejo que está muito feliz.

.....

Depois de muito tempo conversando e ele falar algumas regras que não podiam ser quebradas, fomos almoçar no Jardim com toda família reunida. Percebi que todos dessa família se amam e dá para ver a união e o amor de longe.
Foi muito engraçado quando a Becca falou que estava namorando o primo, tive que me segurar para não rir.

Depois do almoço sentamos todos juntos e começaram a contar histórias, até chegar na que me fez passar mal.

- Lembra daquele nojento do Malcon?- O Tony perguntou e olhei para ele imediatamente.

- É aquele cara que tentou abusar da mamãe né?- Noah perguntou.

- Ele mesmo. Soube que ele tinha um Casino clandestino e quem estava comandando era um cara chamado a Coringa, mas tudo que indica é que o filho mais velho dele estava por trás. Mas a polícia acabou com o lugar.- Como assim? Rafael nunca me falou disso. Comecei a sentir uma tontura.

- Tá tudo bem, meu amor? Diego? Você está pálido. Gente, ajuda aqui.

Ela começou a me abanar e a mãe dela veio até a mim, medindo meus pulsos. Minha respiração estava voltando ao normal e estava conseguindo ver melhor.

- To bem. Acho que foi minha pressão.

- Vamos ficar um pouco lá fora, para você tomar um pouco de ar.- Lucy me ajudou a levar e fomos lá para o jardim.

- Quem é esse tal de Malcon que estavam falando?

- Quando eu era bebê, minha mãe veio morar aqui. Já te contei que ela é irmã da Becca e eu sou irmã do meu pai lembra? Então... antes ela era minha babá e tinha poucos dias que trabalhava aqui, teve uma festa e nessa festa esse senhor tentou agarrar ela a força. Minha mãe já sofreu muito, ela foi abusada sexualmente pelo padrasto quando tinha apenas 17 anos, então ela ficou com alguns traumas e não suportava ser tocada por outro homem e esse Malcon tentou agarrar ela a força, fez ela lembrar de tudo que aconteceu no passado, a sorte foi que papai chegou na hora e não deixou nada acontecer.

- Sério?- Rafael sempre me dizia outra história.

- Sim. Pior, Quando ele foi julgado, apareceu várias mulheres que ele abusou e o pior foi a filha da empregada dele, ele abusou e ainda matou a menina.- Eu lembro mais ou menos de uma menina que ia sempre la em casa e do nada parou de ir. Me deu muita vontade de vomitar.

- Linda, eu preciso ir para casa. Não estou passando muito bem.

- Você não pode sair aqui de moto. Já que não está bem.

- Eu já estou melhor. Quando chegar em casa eu prometo que te ligo avisando.

- Não esquece.- A beijei e ela me levou até o portão.

- Pede obrigado e desculpas para sua família por mim.- Dei mais um selinho nela e sai. Preciso falar com o Rafael, ele tem que me explicar direitinho sobre tudo que ouvi.

Última chance (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora