Capítulo 1

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 Quando a gente está prestes a cometer algum erro sentimos isso em nosso íntimo

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 Quando a gente está prestes a cometer algum erro sentimos isso em nosso íntimo. Por alguma razão estranha eu sempre soube que eu havia sido um. Alguém, quando me criou errou muito, muito feio e quando esse tipo de coisa acontece é difícil seguir o caminho certo.

Adoraria poder contar a história por completo. A minha história. O único problema é que eu nunca soube como ela começou. No dia 1 de julho de 1700, eles me encontraram nas docas, com uma manta leve sobre os ombros bordada com o nome Elizabeth Drummond. Pensaram que eu estivesse morta. O frio deveria ter me congelado, a água deveria ter me afogado, a fome deveria ter me matado, mas, de novo, algum erro da natureza me manteve viva.

Presumiram que eu tivesse entre 2 a 3 meses na época e um dos pescadores que me encontrou, levou-me direto para sua casa. Por ironia do destino sua esposa, extremamente católica, era estéril. Meu encontro os levou a crer que eu fosse uma benção para recompensar a falta de filhos.

Na época, a pesca não era um ramo muito bom para se seguir. O casal pobre de portugueses recebeu um convite da irmã mais nova de Cora, que havia se casado recentemente e começara a trabalhar para um rico e viúvo burguês. Precisavam de servos na mais nova e rica propriedade da ilha e eles não pensaram duas vezes ao aceitarem a proposta.

Eu tinha cinco anos quando nos mudamos. Cora e Pedro Salazar foram para todos os efeitos meus pais e para todos os efeitos, eu era filha deles. Foi assim que fui apresentada para Zachary. Ele era o filho do chefe dos Salazar e como em um curto período de tempo Pedro, meu pai, se tornou intimamente ligado ao sr. Lackwood, o garoto e eu fomos criados como irmãos, mesmo com a escancarada diferença social.

Nunca me esqueço da minha chegada à propriedade dos Lackwood. Eu era pequena, mas nós nunca nos esquecemos da primeira vez que vemos algo magnífico, certo? Toda a vegetação, desde a primeira estaca da cerca até a última, era verde e muito bem tratada. A temperatura era muito mais fresca à da vila, devido à altitude, e tudo que era plantado naquele lugar florescia fácil. O mar parecia engolir as casas no pé da montanha. Parecia que tudo era invertido naquele lugar. A aldeia que me parecia grande ficava pequena e o mar que sempre me pareceu ter só um horizonte era muito mais vasto do alto.

Essa era a vista que eu tinha do quarto que eu dividia com meus pais na sede e foi à vista que tive quando minha mãe me acordou naquele dia, catorze anos depois de me encontrarem no mar.

- Ellie? – A voz bruta dela me chamou. – Zack está na porta lhe esperando.

- Que horas são? – Resmunguei.

- 4 e meia. – Ela tirou as cobertas do meu corpo me fazendo estremecer.

- Mamãe! – Reclamei.

- Vamos, ele está com pressa.

- Eu não estou. – Respondi com voz de sono. Cora riu com meu atrevimento.

- Ah meu Deus! Você ainda está na cama! – Zachary havia entrado no quarto. Puxei rápido o cobertor das mãos de minha mãe e corei.

Coração PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora