The code of the night

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El Byers point of view

Will Byers havia se tornado um furacão ou pior, um tsunami de sentimentos o qual nem ele mesmo sabia como controlar. Assim se fechando tanto que toda a luz que restava em uma alma boa, quase se apaga por completo.

Uma vez me disseram que existiam pessoas doentes e corrompidas que gostavam do mesmo gênero tipo: homem com homem e mulher com mulher, e que essas pessoas iam pro lugar ruim. E eu não sei o que é o lugar ruim, mas pela a minha experiência essas pessoas são incríveis e não vão pro lugar ruim, apenas aquelas que falam que essas pessoas vão.

Eu havia minhas dúvidas sobre Will Byers, não querendo chamar ele de gay, mas se ele fosse eu o apoiaria. Ele é meu irmão e essa é minha prioridade: proteger quem eu amo e nunca esquecer que não importa quantas lágrimas forem derramadas agora, no fim sempre tem um arco íris.

Voltando a noite dos "jogos", estávamos em uma mesa ouvindo uma rádio qualquer. Até que apenas ruídos sobram na sala e cada vez mais fortes, até que.... A luz se apaga por exatos 3 segundos. Enquanto isso acontecia, Will teria corrido até nós por causa dos traumas com o escuro e até mesmo luzes piscando.

Depois que a luz volta Will não volta pro quarto e não fala uma palavra, eu sabia o que estava acontecendo porém eu também sabia que ele não ia querer ser ajudado e eu odiava isso, odiava saber que não poderia ajudar o meu irmão, odiava saber que ele escondia algo, odiava saber que ele não queria estar ali.

Resolvemos esquecer isso e jogar D&D, Tyler Thompson era o nosso novo vizinho junto com sua irmã, Hannah Thompson. Ambos eram totalmente diferentes apenas com uma coisa em comum o sobrenome.

Tyler, um garoto do tamanho do Mike, cabelos ondulados e escuros que caiam um pouco sobre seus olhos azuis e sardas quase invisíveis de se ver e um ano mais novo que Hannah.
Hannah, uma garota do tamanho da Max, cabelos longos e loiros, seus olhos eram verdades e ela não tinha nenhuma sarda, e obviamente um ano mais velha que Tyler.

- Então, aquilo é normal? - Hannah disse envergonhada, até porquê ninguém havia perguntado até o momento.

- Definitivamente não. - Will disse um pouco escondido atrás de algumas almofadas.

- Vamos esquecer isso e continuar a "festa". - Mike fez aspas com os dedos e se sentou ao meu lado.

Eu percebi o quanto o Will estava desconfortável e como ele queria apenas sair dali, apenas correr, apenas ir para um lugar e chorar, eu entendia o Byers e queria negar isso a tudo e todos.

Will Byers point of view

Eu senti o arrepio, o maldito arrepio, mas seria só impressão minha, certo? Eu esperava isso e acreditava em palavras as quais havia colocado em minha própria boca, como me envenenar com mentiras que eu queria que fosse verdade.

O devorador de mentes havia morrido e eu tinha visto isso, eu vi com os meus próprios olhos o irmão da Max morrer, Billy havia se sacrificado para salvar a El e sim, ele era um herói ou melhor um anti herói. De certo modo, eu acreditei que era apenas uma coincidência e que eu tinha lembranças daquele lugar que chamava de casa, uma grande parte era sobre eu e os meninos e agora, eu e a El.

Tyler diversas vezes tentava falar comigo porém eu sempre o ignorava ou respondia seco, eu não queria deixar ele entrar na minha vida já tinha muitas pessoas e eu não queria machucar ninguém. Não como eu já fiz.

New York, 03/17/1986 [Flashback]

- Will! - Uma garota mais baixa que eu, chama minha atenção.

- O que? Não tem perigo. - Sorrio e vou andando para trás.

- Eu vou cair e a culpa vai ser sua. - Ela faz uma expressão engraçada e mostra a língua.

- Você tem quantos anos? 5? - Me agacho e fico da altura dela, nessa distância de poucos centímetros eu posso ver todos os detalhes do seu rosto. - Você é uma criança grande, Harley

- Eu tenho sua idade idiota e é claro que eu sou uma criança grande, eu sou adorável.

- Impressionante. - Fico sério e ela se aproxima quase colando nossos lábios e logo ela sela nossos lábios. E o que eu sinto? Nada, um grande vazio.

- D-desculpa, eu não queria... - Antes de completar sua frase eu a interrompi.

- Te vejo depois, eu preciso ir. - Dou meia volta e vou para casa.

[Dias atuais]

Minha respiração ficou ofegante depois de lembrar disso e logo percebo que a mão do Mike estava sobre a minha, então eu tiro a minha mão rapidamente.

Eu só queria entender o porquê do Tyler ficar olhando para mim e para a El, talvez estivesse comparando ou criando uma versão de nós, ou pior ainda, pensando em como me magoar ou magoar a El. Porém teria sentido? Ele é um amigo de Mike, por que ele tentaria magoar a gente?

Talvez seja minha desconfiança em tudo, talvez seja minha falta de esperança que eu possa confiar em pessoas ou tudo é isso apenas algo que eu deveria relaxar. O rádio voltou a ficar estranho com barulhos e algum tipo de código, mas Tyler não parecia surpreso com aquela língua de jeito algum.

- Северная и южная стороны встречают вас ночью, когда приходят огни и вы можете увидеть новый мир. Монстр не сделает тебе больно, может быть, если ты откроешь глаза, он причинит тебе боль. - E assim a mensagem ficou se repetindo várias vezes.

- O que é isso? - Max perguntou confusa.

- Russo, não deu pra perceber? - Falo como se fosse algo óbvio.

- E por que raios um código russo resolveu passar no rádio? - Mike disse com algumas dúvidas.

- Eu não sei de tudo. - Cruzei os braços e voltei a olhar pro chão.

- O sistema russo tem falhas o tempo todo, acho que fomos sorteados com essa falha. - Tyler diz com a maior calma. - Bem, essa é a minha definição.

- Okay, você é louco? As coisas não acontecem assim! - Falo revoltado.

- Coisas acontecem, não acredita que possam existir erros? Ou você vive um tipo de mundo perfeito? - Ele me olha com um sorriso sarcástico, um maldito sorriso sarcástico.

- Você não me conhece e não sabe o que eu passei, então eu tenho o direito de acreditar no que eu quiser! - Saio da sala e volto para o meu quarto soltando algumas lágrimas, logo acabo caindo no sono.

The Night We MetOnde histórias criam vida. Descubra agora