O Cavaleiro e a Princesa

Capítulo 19 - O Filho do Ferreiro

Os meninos finalmente chegaram à serralheria do ferreiro Firesmith. Fora fácil encontra-la. A loja de tecidos estava lá, bem como o "Local Proibido".

A serralheria chamava-se "Espadachim Irlandês", e nenhum dos meninos pôde evitar olhar para George e soltar uma risadinha.

– Olha George, os ferreiros alemães! – Caçoou Phillip, que se enturmava com as pessoas muito facilmente.

Kile também queria brincar:

– Não Phillip, eles são franceses. O nome deles se pronuncia assim: Hóoráann – Fez biquinho, imitando um sotaque francês.

Khalil limitou-se a rir. Ele ainda não estava se sentindo muito à vontade no grupo, e essa era a primeira risada verdadeira que ele dava. Phillip gostou da reação. Khalil nem parecia o homem que quase atravessara uma flecha por eles na noite anterior. Era como... Um novo aluno na escola a ser enturmado. Um aluno tímido e reservado.

Eles, porém, ainda não haviam explicado a Khalil que a missão era uma missão suicida, e que poderiam enfrentar bruxas e seus poderes malignos. Phillip, de qualquer forma, não queria ser aquele que ia dar a má notícia ao mais novo membro do "exército".

Eles entraram no ambiente. Logo, foram inundados por um calor imenso e quase insuportável. Ouviam-se as típicas marteladas de ferro contra aço extremamente quente atrás do balcão de atendimento da oficina. Eles avistaram um homem forte, aquele responsável pelo som das marteladas.

– Olá! – Kile chamou. – Ei, você! Será que poderia nos ajudar?

De repente, surgiu um homem robusto, saindo debaixo do balcão.

– Olá, rapazes. Como posso ajuda-los? – Perguntou o homem, que era alto e forte, assim como o outro que martelava.

– Senhor Firesmith? – Soltou George.

– Bobby. – Ele respondeu, simpático. – Vocês certamente não são da cidade. Estão hospedados com minha mulher?

– Sim. – Disse Phillip prontamente. – Temos duas encomendas para o senhor.

Kile se adiantou nessa parte.

– Quero duas espadas para estes dois cavaleiros. – Indicou Phillip e George.

– Ótimo! – Falou Bobby. – Já sabem que tipo de espada querem? O tamanho? Peso? Material da bainha e do punho...

– Er... Não. – Falou, encabulado, Phillip. – Nunca tivemos espadas antes.

– Ah, então são marinheiros de primeira viagem? Sendo assim, vamos tirar suas medidas e vou fazer uma espada simples e ideal para o corpo de vocês. Lembrando que, apesar de eu considerar os padrões, talvez vocês acabassem se dando melhor com outro tipo de espada.

– Feito. – Disse Kile. – Quanto fica?

– 77 moedas de bronze, cada uma. Ficam prontas em duas semanas.

– Te dou 7 moedas de ouro para que fiquem prontas em três dias. – Barganhou Kile.

O senhor Firesmith engasgou com a própria saliva. Sete moedas de ouro?! Era uma fortuna muito maior do que ele ganharia em uma vida inteira trabalhando como ferreiro. Mas, em apenas três dias?! Era impossível. Foi isso que ele disse aos seus novos fregueses.

– É pegar ou largar. – Afirmou Kile.

Bobby estava suando, e foi uma decisão difícil de se fazer: pegar ou largar. Contudo, no final, acabou aceitando a oferta.