Capítulo 11

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— Está bem, obrigada —  desligou o celular e jogou de qualquer jeito na mesa. Colocou os pés sobre a mesma e virou o conteúdo do copo na boca. Ouviu batidas na porta, mas ignorou. Novamente, batidas mais fortes, ignorou mais uma vez. 

— SENHORITA NIEHAUS, ABRA ESSA PORTA — a voz de Paul era firme e alta.

—  ME DEIXA, PAUL — gritou impaciente. Bateram na porta por minutos seguidos, mas Cosima continuava calada, bebendo. Seu celular começou tocar, era Paul. Ignorou. Tocou 1, 2...9 vezes. Ouvia ele gritando, chamava seu nome, implorava para abrir. Revirou os olhos e terminou o conteúdo do copo.

— Ai mereço — pegou a bolsa e foi até a porta, abrindo, viu Paul apreensivo andando de um lado para o outro. Megan a olhava, nervosa

— Cosima — disse indo até ela, que estava parada na porta — O que aconteceu, Megan me disse que voltou furiosa e...

— Está tudo bem — sorriu fraco — Eu não descobri seus segredos  — olhou para Megan— Nem os seus — riu incrédula — Preciso ir, tenho uma reunião.

— Você não pode abandonar o barco — Paul a seguiu falando, Cosima fingiu não ouvir — Por favor não corra, nós estamos juntos nessa.

— Eu nunca estive dentro desse barco, Paul. Vocês esconderam a verdade de mim, isso não é estar juntos — suspirou fechando os olhos — Não me peça para continuar nisso se não estiver disposto a falar a verdade.

—E-eu não posso, me desculpa — fechou os olhos.

— Senhorita Niehaus por favor. Não me trate com intimidade quando escolhe esconder a verdade, isso não é ser amigo — olhou decepcionada, e encarou Megan por cima dos ombros dele — Megan, junte todos os documentos e contratos pendentes e deixe sobre minha mesa. Vou resolver tudo — voltou a olhar para Paul — Deixo tudo em sua mesa pela manhã — sorriu fraco e foi em direção ao elevador.

...

— Senhorita Niehaus — Rachel disse quando ela entrou na sala de Leekie — Sente-se, o Doutor Leekie já volta.

— Está bem — sorriu fraco e sentou. Rachel estava na cadeira de Leekie, encarava Cosima com um sorriso falso.

— Fico feliz que tenha repensado na minha proposta — levantou se servindo com alguma bebida.

— Eu só quero sair desse inferno. Achava que podia confiar nas pessoas mas — abaixou a cabeça, seus olhos estavam marejados — Todos esconderam a verdade, pessoas que nunca vi na vida sabem mais sobre meu passado que eu — riu incrédula.

— Não se preocupe, você vai estar fora de tudo isso em breve — se sentou novamente.

— Desculpem a demora — Leekie entrou na sala, e ficou em pé ao lado de Rachel — E então, o que me diz, senhorita Niehaus ?

— Como falei ao telefone mais cedo, eu aceito a proposta. Passo a presidência, em troca fico fora desse circo todo e com o trabalho no laboratório filial do Dyad, em Seattle.

— Podemos fazer uma reunião com o conselho para anunciar sua decisão ? — Leekie pergunta, escondendo a animação.

— Aldous, devemos inventar algo, alguns não podem saber os reais motivos da saída de Cosima — Rachel o olhou, e logo depois encarou Cosima.

— Rachel, querida — tocou em seu ombro — Você pode ir até Paul, e o trazer aqui ? — ela assentiu, se levantou lançando um olhar vitorioso para Cosima, saindo em seguida — Vamos ver — disse se sentando, organizando alguns papéis.

— O que essa verdade esconde ? — disse enquanto olhava para os papéis que ele analisava.

— Acredite, não é nada grave. Apenas impossível para suas mãos, sua falta de conhecimento e medo sobre o assunto pode causar certos problemas — disse rude e voltou a analisar os papéis. Cosima abaixou a cabeça lembrando de tudo que tinha ouvido de Paul, Delphine e Felix.

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