Capítulo 35

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— DELPHINE — Felix berrou a fazendo abrir os olhos — Por Deus, estou a tempos tentando te acordar. 

— Eu perdi a noção do tempo — disse colocando a mão na testa, enxugando as lágrimas.

— Você está chorando — disse e engoliu seco — Vem cá — a puxou para se levantar e a abraçou — Você está quente, está tudo bem ?

— Eu tive um pesadelo — se afastou e mordeu o lábio em sinal de nervosismo — Ela... — não aguentou e começou a chorar — Eu não posso perder ela.

— Te acordei para avisar que Cosima saiu da cirurgia. Ela está em observação na UTI, vai ser transferida para o quarto pela manhã. 

— Que horas são ? — perguntou mais aliviada.

— Passou das 4:00. Vem, precisa de um banho. Vou te levar para casa.

Apenas assentiu, pegou a bolsa e seguiu Felix. Como veio de carona com Paul estava sem carro, foi com Felix que estava com o de Cosima. O trajeto foi em silêncio, Felix tentava passar a imagem de forte mas estava despedaçado por dentro. Delphine chorava, vezes mais intensas que outras. Apenas a voz da mulher do GPS dentro do carro, nada mais.

...

Delphine chegou direto para o banheiro, deixou a banheira enchendo e foi achar uma roupa.  Abriu o guarda-roupas e se deparou com várias peças de Cosima, as que ela emprestou nas inúmeras vezes que dormiu lá e não tinha roupas. Respirou fundo e pegou um pijama comprido.

Tirou a roupa que estava e jogou longe, já que tinha manchas de sangue de Cosima. Entrou na banheira e esqueceu do mundo, se deixou sentir o silêncio, que devorava sua alma.

O medo consumia. O desespero sufocava. O que faria se algo acontecesse a Cosima. Tentava afastar os pensamentos ruins, mas nada ajudava. Sorriu ao lembrar de cada momento ao lado dela, das brincadeiras, dos sorrisos, dos beijos, do toque quente. Lembrou de todas as vezes que precisou a fazer dormir depois de um filme de terror, mas também de todas as vezes que ela dominou um sexo selvagem. Cosima era única. Seu amor era único.

— ne me quitte pas — suplicava enquanto sentia a água quente em seu corpo.

5 dias depois...

— Aquela moça é a...

— UHUM — disse e sorriu — Delphine Cormier, loira, cheirosa e gostosa.

— FELIX DAWKINS — olhou para os lados e se aproximou dele, dando um tapa de leve na cabeça — Essa não foi a educação que eu te dei.

— Desculpa, mamãe — debocha e ri, ao ver que ela observava Delphine no final do corredor conversando com o médico — Ela é francesa ?

— Das melhores — suspira — E ama Cosima como nunca vi alguém amar outra pessoa.

— Aquela mulher que saiu daqui quando chegamos, conhece ela ? — perguntou se aproximando da cama.

— Adele, foi por ela que meu casal cheiroso aí brigou. Delphine a beijou, mas conhecendo sei que não foi bem assim. Porém essa daí é cabeça dura e não deixou a loira gost... — S lançou um olhar fuzilador — A loira francesa se explicar.

— Cosima sempre teve medo de se machucar — falava encarando ela, enquanto acariciava seus cabelos

— Será que ela...

— Ela vai acordar, tem muito o que viver ainda —  se aproximou do ouvido de Cosima — Está escutando, sua francesa precisa de você minha pequena.

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