Capítulo 44

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Delphine POV

Hoje é meu ultimo dia como advogada, amanhã tem a reunião de posse e então vou passar a ter mais dores de cabeça. Hoje temos o jantar de comemoração, já que amanhã também começam os trabalhos nos laboratórios. Cosima está no aeroporto, filha de Leekie desembarca hoje. Minha relação com Cosima está cada dia melhor, apaixonada e sorrindo para o nada. É assim que ela me deixa. Queria ela morando comigo, como foi por meses mas a mesma disse que é melhor assim por enquanto. Hoje irei juntar minhas coisas, livros e papéis. Amanhã é o início de uma nova fase em minha vida.

— Doutora — Paul chama minha atenção assim que estou prestes a entrar no elevador do primeiro piso. Paro e o encaro com um fraco sorriso — Não consigo falar com Cosima, viu ela ?

— Ela está no aeroporto, foi buscar a filha do Leekie — suspirei pensando em como seria o rosto dessa tal mulher — Falei com ela mais cedo.

— Tentei agora, mas não deu ligação — colocou as mãos na cintura. Peguei meu celular e liguei para o número dela. Chamou, chamou e nada. Caixa de mensagem.

— Eu tento e qualquer coisa te aviso — sorri guardando o celular. Paul assente com um sorriso fraco. Entrei no elevador e esperei a porta fechar para criar todas as paranoias possíveis. Ao chegar no meu andar, segui direto para minha sala e comecei a juntar todos os meus pertences. "Onde está Cosima?"

Meu histórico com insegurança vem desde que eu peguei meu ex com outra na cama. Isso foi no colegial mas me marcou, já que depois disso descobri que ele me traiu com metade da turma. Não era uma paixão avassaladora como é com Cosima, até porque eu nunca amei ele. Mas me destruiu. Depois dele namorei um rapaz, na faculdade. Mas ele não era bem o tipo que eu queria construir um futuro. Terminamos e continuamos amigos. Depois dele peguei alguns nas festinhas de faculdade mas nada sério. Comecei a questionar minha atração por mulheres, beijei 1, gostei. Peguei outras até que levei uma menina da minha sala para cama. Eu totalmente inexperiente e não diferente dela, já que eu era sua primeira vez da vida. Transamos. Repetimos a dose e em 2 meses começamos a namorar. Na formatura da faculdade ela bebeu e beijou um rapaz e uma amiga dela. Fingi demência, ficamos por mais 1 mês juntas, até que ela abriu o jogo falando que estava transando com o mesmo rapaz da festa. Alegou que experimentou e gostou mais de estar com homem. Mais uma vez trocada. Depois disso me mudei, comecei a faculdade de ciências, me formei. Fiz a faculdade de direito, comecei a trabalhar e era esse meu foco. Nada de namoros. Alguns rolinhos de uma noite, nada mais. Tinha perdido meus pais, sido abandonada por todos então virei amargurada. Até chegar em Toronto. Meu coração voltou a bater com aquele sorriso perfeito.

—Porra — me xingo ao sair dos devaneios e notar que o celular tocava perdido em meio aos livros sobre a mesa — Sim — falo passando as mãos pelo cabelo. A voz um pouco rouca me faz abrir um sorriso.

...

— Sim, sou eu — sorri e aperta a mão da ruiva.

— Gracie Leekie — sorri sem graça e solta a mão de Cosima.

— Bem, podemos ir — sorri e espera a mulher sair em sua frente.

Até o estacionamento Cosima não falou nada além de um "sim" ou "pois é". Se sentia incomodada com os olhares que a mulher lançava mas não ia bancar a louca e tirar conclusões precipitadas.

— Você pode me dar o endereço do hotel ? —  Cosima pergunta estendendo o celular com o gps aberto.

—  Claro —  sorri e pega, digitando —  Aqui —  devolve e faz questão de esbarrar na mão de Cosima, que teve a atitude nervosa de puxar a mão rapidamente e pigarrear antes de dar partida. Silêncio. Constrangedor para Cosima, que queria sair do carro e correr para longe. Olhava para o celular na esperança de faltar pouco mas não, faltavam mais 20 minutos. Bendito hotel na puta que pariu.

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