Capítulo 28

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— Isso é quase impossível — falava sozinha enquanto folheava o livro.

— Vou deixar copiando lá — voltou para sala e se ajoelhou ao lado de Cosima — Podemos começar com tentativas erros.

— Tem alguma primeira tentativa ?

— Vamos pegar um papel e anotar todas as letras sublinhadas, conforme a ordem. Depois jogamos em diferentes formas de decifração — sorri e pega sua bolsa, tirando uma agenda e caneta. 

...

Café e paciência. Uma pizza tamanho família e inúmeras tentativas falhas. Cosima já estava visivelmente irritada, Delphine tentava manter a calma para não deixar Cosima desanimar, mas também já estava cansada.

— Vamos ver — Delphine disse colocando as letras em uma ordem lógica — Não — suspirou fechando os olhos, pendendo o corpo para trás.

— NÃO AGUENTO MAIS — Cosima disse passando as mãos pelo rosto.

— Calma amor — Delphine segurou sua mão — Já temos os documentos para incriminar Leekie, autenticados ou seja...

— Por que foi tão fácil ? — a encarou — Por que meu pai não fez isso ?

— Por não querer ter o mesmo fim que meu pai talvez —  Delphine puxou a mão e Cosima deu um sorriso fraco, tentando passar conforto — Aldous não deixaria barato, então seu pai pode ter feito para te proteger.

— Me proteger ? — riu — Ele me jogou para os leões 

— Amor, a única coisa que sabemos é que Aldous é um criminoso, e temos o suficiente para levá-lo a cadeia — sorriu sem mostrar os dentes — Vá tomar um banho, eu vou continuar tentando — disse voltando atenção para o papel.

— Está bem — levantou sorrindo. "Eu a amo"

33 minutos depois...

— "Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento"— Cosima apareceu na sala, de roupão  com a toalha enrolada nos cabelos.

— O que ? — Delphine levantou o olhar e a acompanhou, até se sentar ao seu lado.

— Meu pai deixou essa frase junto com tudo isso — sorriu — Eu pensei durante o banho — ficou de joelhos perto da mesinha de centro — Viver. Meu pai viveu em Seattle até que se casou com minha mãe. Isso explica o mapa aqui, talvez — disse se aproximando da caixa, tirando o mapa — Veja — abriu e colocou sobre a mesinha. Delphine se aproximou — Tem algumas marcações aleatórias pelo mapa — apontou e olhou para Delphine que assentiu olhando para os pontos — Cada ponto está de uma cor, que — pegou o livro abrindo — Coincidentemente são as mesmas cores usadas para circular as letras.

— Está querendo dizer que — sorriu

— Vamos juntar todas as letras, e separar por cores. No final vai formar alguma palavra que possa trazer sentido para esses pontos.

— Já tentou localizar esses locais ?

— Esse — apontou para um ponto — É a filial do Dyad, estive lá em reunião uns 4 meses atrás.

Ouviram um barulho e Theo latindo. Automaticamente olharam em direção a janela. Aparentemente alguém se bateu no portão.

— Junte tudo e guarde no escritório, se tranque lá e não saia — Cosima disse levantando

— Amor, não — segurou em seu braço 

— Vai ficar tudo bem, apenas faça isso — deu uma piscadela e um selinho rápido. Foi até a janela e olhou discretamente, viu uma movimentação atrás da lata de lixo. Olhou para trás e Delphine já fechava a caixa, indo  para o escritório em seguida. Cosima abriu a porta e esperou. Nada. Saiu devagar até o portão e viu ter alguém atrás da árvore que fazia sombra na calçada — Meio tarde para brincar de esconde-esconde né — disse em tom calmo, esperando a pessoa sair — Eu sei que está aí, e não está armado pois tem medo de mim.

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