Capítulo 36

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— Eu não posso te perdoar — disse e Delphine chorou mais, sentindo o peso daquelas palavras — Porque não existe nada a ser perdoado. Você não fez nada que eu não faria nessa situação. Amor, você agiu com o coração e isso é o que sempre faço com você — se inclinou pegando na mão dela — Eu não estou brava com você, eu te amo. Quando eu dormi no dia do tiro, foi após você falar que me amava pela primeira vez — sorriu — Eu senti uma energia percorrer meu corpo e então eu apaguei, sentindo meu coração leve.

— Eu senti tanto medo — se aproximou, sentando ao lado de Cosima — Eu achei que te perderia.

— Eu prometi que não ia me perder — sorriu deitando a cabeça no ombro dela — Adele esteve aqui, eu consegui a ouvir mas não tinha forças para abrir os olhos ou coisa do tipo.

— O que ela queria ? — perguntou um tanto nervosa, brincando com a mão de Cosima que estava sobre sua perna

— Ela me contou a verdade. Shay a incentivou fazer tudo, falou das ameaças e que você nem a beijou de verdade — Delphine soltou um riso frouxo.

— Eu jamais beijaria ela, ou qualquer outra pessoa.

— Bom saber, você beija bem demais para sair deixando os outros com gostinho de quero mais — bufou fingindo irritação e depois sorriu.

— Tenho uma coisa para te mostrar — levantou indo até sua bolsa, que estava na poltrona

— Quantas noites você dormiu aí ? — perguntou e Delphine a encarou.

— Todas — sorriu fraco voltando a procurar em sua bolsa — Eu dormi todas as noites ao seu lado — diz voltando com sua agenda na mão — Terminei nossa pesquisa.

— C-como ? — sorriu

— Eu descobri o código. Não fazia sentido porque cada letra era um número. Deu uma coordenada — abriu a agenda entregando a Cosima — O ponto da filial do DYAD estava em verde, procurei as coordenadas e classifiquei as letras verdes em uma sequência letra X= (núm y). Deu uma coordenada, que leva a Fremont.

— VOCÊ É UM GÊNIO — sorriu puxando Delphine para um beijo — Eu te amo — disse com as testas ainda coladas.

— Eu te amo — sorriu e deu um selinho rápido em Cosima.

Foram segundos, mas para seus corações pareceram horas. As respirações juntas, as mãos quente de Delphine segurando seu rosto, os sorrisos singelos. O AMOR. Estavam completamente apaixonadas, entregues e encantadas. A felicidade estampada, mesmo com a cara amarela de Cosima e os olhos fundos de Delphine, estavam FELIZES.

— Rachel assumiu a presidência depois do ocorrido, não temos mais acesso as informações ou seja, estão planejando algo que nós duas podemos imaginar.

—Os documentos eu...

— Eu guardei, estão protegidos. Ferdinand não levou nada.

— Ferdinand ? — perguntou assustada.

— Ele — fechou os olhos engolindo seco — Disparou contra você.

— Ele estava em minha sala — sorriu incrédula — Ele queria os documentos.

— Não conseguiu— sorri tentando acalmá-la — Seu projeto foi barrado por Leekie, está revendo e reformulando.

— E transformado em projeto privado para reabrir o antigo estudo — bufou — Você conhece a filha dele ?

— Não — morde o lábio — Conheci Aldous porque ele veio me contar pessoalmente que matou meus pais — diz abaixando a cabeça — Eu sinto tanta saudades deles — se entrega ao choro e Cosima puxa ela para se deitar.

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