Capítulo 24

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— Eu não sei, eu... — pausou tentando encontrar as palavras — Eu só preciso de um sinal — falou se aproximando dela, que se virou novamente para janela, tentando não se desmanchar com aquele olhar — Me diga, Cosima. Devo ir ou devo ficar ?

—  Me diga você —  se virou a encarando firme novamente —  Quer ir, ou quer ficar ?

— Eu não sei o que quer comigo. O que sente, se eu sou só mais uma — fez uma pausa respirando — Eu estou cansada Cosima, eu não sei até quando posso ficar fingindo que não sinto nada eu...

—  Você quer que eu diga o que acho, é isso —  riu incrédula — Me diga você, Delphine. O que VOCÊ quer.

—  Não vou abrir meu coração sem saber o que você sente, se quer que eu fique ou prefere que eu saia por aquela porta —  apontou para a porta. Cosima não chorava mais, estava firme —  Por que fugiu de mim todo esse tempo ? Me diga por quê voc...

— PORQUE EU ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ — gritou fazendo Delphine parar de falar.  Encarou a loira com a alma aberta, pronta para despejar tudo. Tinha a respiração descompassada. Delphine tinha os olhos marejados e uma expressão assustada — É isso que você queria saber ? disse entredentes —  Pois eu amo você e isso me assusta, eu amo você e isso me faz entrar em desespero, porque eu não sei mais dormir sem pensar em seu sorriso e seus olhos. Eu penso em você a todo momento — parou passando as mãos pelo rosto — Você chegou e me deixou literalmente sem fôlego, como se eu não conseguisse mais respirar — sorriu — Como se faltasse oxigênio nos pulmões — deixou as lágrimas tomarem conta, umedeceu os lábios e respirou fundo —  Seu sorriso faz meu coração disparar, seu cheiro me faz querer te abraçar durante uma vida toda e seu toque — mordeu o lábio — seu toque desperta em mim as melhores sensações possíveis — parou encarando a vista da cidade. A luz do sol refletindo, o som dos carros ao fundo, que não era nada comparado ao som das batidas do seu coração, que parecia sair pela boca a qualquer instante — Quando eu te vi com Adele nos braços, meu coração quebrou. Eu já sabia que era amor, desde que meu olhar se encontrou com o seu — sorriu balançando a cabeça, se virou novamente para encará-la — Eu sabia o que sentia, eu só tive medo. Medo de não ser correspondida, medo de estar sendo tola — riu incrédula — Eu preciso saber o que sente...

— Cosima — se aproximou tocando o braço dela, que se entregava as lágrimas — Eu amo você, desde que eu encontrei seus olhos tímidos naquela sala de reunião. Eu era sua antes mesmo de saber seu nome. Eu não acreditava em amor a primeira vista mas — sorriu — Você provou o contrário. Eu senti tanto medo de nunca mais te ver, de você me odiar e eu nunca poder falar que — suspirou fechando os olhos — eu sinto, eu sinto meu coração disparar só de sentir seu cheiro, eu sinto vontade de ter você em meus braços o tempo todo — abriu os olhos e viu Cosima sorrindo, um sorriso calmo e cheio de carinho — Eu quis gritar ao mundo que eu estava apaixonada por ti, mas tive medo. Foi tudo muito de repente, não sabia se sentia o mesmo, aí aconteceu tudo aquilo no parque e depois você parecia fugir — sorriu ao ver Cosima soltar uma risada baixa — Eu senti medo, eu tive medo por que eu não sab...

— Eu estou apaixonada por você Delphine, eu estou completamente apaixonada por você — sorriu se entregando novamente ao choro — O que nós vamos fazer ? falava com a voz embargada. 

— Eu preciso de você comigo a todo momento — se aproximou segurando suas mãos — Eu chamo por seu toque — suspirou fechando os olhos — Eu quero que seja minha, Cosima. Hoje e para sempre, eu quero poder te mostrar que eu sinto.

— Eu sou sua, Delphine — sorriu tentando conter as lágrimas. Delphine abriu os olhos, enxergando os olhinhos vermelhos de Cosima e o sorriso. A o sorriso. Ele estava ali — Era sua desde o primeiro olhar, eu só não sabia.

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