Capítulo 18

338 24 63
                                    


— Quand il me prend dans ses bras Il me parle tout bas Je vois la vie en rose — Delphine cantarolava enquanto mexia algo no fogão. Cosima se permitiu ficar em silêncio e observar aquela cena, que aquietava seu coração. A loira com o cabelo todo bagunçado, descalça e com a roupa toda desajeitada. Sorriu, ela era perfeita — Ai — levou a mão no coração quando se virou e viu Cosima.

— Desculpa, eu acabei de chegar — sorriu, mentindo. Sentou na cadeira e abaixou a cabeça, sentido a dor na nuca, provavelmente com a pancada que levou na queda.

— Tome isso aqui, vai se sentir melhor — entregou uma xícara com um liquido amarelo e quente, permaneceu em pé ao lado dela. Cosima virou em um só gole, fazendo caretas que tiraram uma gargalhada gostosa de Delphine. — Vem, vou te levar para cama — disse estendendo a mão para Cosima, que sorriu com malícia — NÃO. NÃO, NIEHAUS — tentou falar séria, mas realmente tinha falado algo indevido. Apenas riu junto com Cosima, que segurou sua mão e se levantou.

—  Vamos para cama, francesa —  riu entrando no quarto. Delphine nada falou, apenas entrou no quarto e ficou parada, encarando ela — Olhe — Cosima tirou uma camiseta e uma calça de pijama da gaveta — Acho que serve. Tome um banho, enquanto eu vou arrumar a cama para você.

— Mas eu ... — antes de terminar Cosima a cortou.

— Você vai dormir aqui. Já está bem tarde e você bebeu um pouco, não seja teimosa — foi firme e entregou a muda de roupa para Delphine, que aceitou sem reclamar.

Cosima arrumou sua cama e logo depois foi para o quarto de visitas, era pouco usado, apenas quando Felix resolvia dormir ali. Acendeu as luzes e começou juntar alguns pincéis e papéis espalhados. Felix tinha tentado ensinar ela a pintar, mas sem sucesso. Cosima gostava mesmo era de fotografia, porém já não pegava em sua câmera a anos. Continuou organizando o quarto. Encontrou uma foto de sua mãe, em meio das caixas da mudança que ainda estavam ali. Pegou e observou por longos minutos, estava tão focada que não notou quando Delphine entrou.

— Ela era linda — sorriu segurando em seus ombros. Cosima deu um pulinho, se assustando. Delphine sorriu e se afastou.

— Essa foto foi eu que tirei — sorriu para ela e depois voltou olhar a foto.

— É fotógrafa, Niehaus ? — indagou surpresa se sentando na cama.

— Eu era — sorriu, guardando a foto na caixa novamente — Antes da faculdade, antes da ciência — suspirou — Antes do Dyad — Pegou um lençol do armário que tinha ali — Hoje mal tenho tempo para mim —  Se permitiu olhar para Delphine, estava claramente sem sutiã e seus peitos estavam marcados na camiseta de banda que tinha entregado para ela. A calça era azul escura e larga, então não conseguia notar se ela estava sem calcinha também.

— Estou sem calcinha também —  disse e Cosima ergueu o olhar assustada, como se ela tivesse lido seus pensamentos. Riu da cara da morena e se aproximou — Vem, vou te ajudar com isso —  pegou o lençol da mão dela e foi até a cama. Ficou de quatro para conseguir colocar, e por estar sem calcinha marcou totalmente suas nádegas

— OKAY —  falou alto indo ajudar ela. Precisava sair daquele campo de visão. Delphine riu, tinha feito para provocar mesmo.

—  Como se sente ? —  perguntou sentando na cama. Cosima colocou a ultima ponta do lençol e também sentou.

—  Estou bem, sinto uma tontura e dor de cabeça mas é normal —  sorriu fraco —  Aquele seu chá faz milagres.

Delphine sorriu e fixou o olhar no rosto de Cosima. Se perguntava o que iria fazer, arriscar ou deixar que o destino decidisse. Cosima não era como as outras, ela era única. Era ELA. 

ColorsOnde histórias criam vida. Descubra agora