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Clara

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- ..e são gêmeos!

- Meu Deus que maravilha!

- Parabéns Lis.

- Já deu a notícia ao Felippe, sentado como eu disse? - Ana a questionou, e Lis concordou rindo.

- Terei dois sobrinhos, que maravilha. Estou muito feliz por você amiga.

- Obrigada todas, estou muito feliz também, sábado eu e Felippe contaremos a todos.

- Quanto tempo? - Ouço a ruiva perguntar.

- Dez semanas.

- Dois meses e não percebemos nada! Estou pasma, eu te vejo todos os dias no hospital.

- Bella, nem meu marido percebeu, e ele me vê todo dia nua.

- Não acredito que você me comparou com seu marido, justo ele que é devagar para ver o óbvio.

- Meu irmão não é lerdo. - Mal termino de falar e as três me encaram e respondem juntas como se estivessem combinado aquele momento.

- Definitivamente é sim! - Nem tento entender, me calo para esse assunto.

- Nossa senhora, já é 21 horas, eu preciso ir para casa minha mãe deve estar louca procurando uma panela nas caixas da mudança.- Ouço Grace dizer enquanto olha para o relógio da cozinha.

- Falando em mudança, Vocês não irão acreditar, minha nova vizinha nova do andar de cima. No começo do mês, por mais inacreditável que possa ser eu consegui sair do hospital antes da madrugada e quando chego ouço um móvel sendo arrastado, rangido e empurrado sem parar no andar de cima. Imaginei que a sortuda estava tendo uma noites daquelas com o amado, mas não.

 - E como soube que não era isso? - Lis questionou.

-  Porque eu a ouvi dizer, depois de resmungar algo com outra pessoa, "Eu não tenho culpa de sofá cama resolver que não quer mais ser cama e só sofá!" Mas um tempo depois de ser empurrado mais um pouco, parou o barulho e acho que a mulher finalmente venceu o sofá.

Mal Isabella terminou de falar Grace ria na nossa frente, que parecia que iria desmaiar de tanto se estremecer. Ao perceber que todas as olhavam com curiosidade, ela enxugou os olhos e tomou fôlego ao falar.

- Você por acaso mora na rua Sunflower, número 33?

- Como sabe? Você também mora no prédio?

- Eu não só moro, como a mulher que lutava com o sofá era a minha mãe. E ela não o venceu, eu ofereci minha cama para ela.

- Oh, você é minha vizinha! - Grace acenava com a cabeça, enquanto Bella absorvia a informação.

-Tá vendo, te arranjei sua carona.

-Tais me expulsando madame? - Bella me constatou, falando igual um de seus romances de época que tanto lê.

- Longe de mim, minha senhora. - Eu respondi no mesmo tom.

- Na verdade é senhorita, senhora é só se ela estivesse casada.

- Você também? - Ouvi Lis falar.

- Lisa ou Julia?

- Carina Rissi, menina ela é brasileira mas tão boa. As brasileiras arrasam na literatura.

Bella e Grace entraram em mundo só delas, com nomes de autores e livros, que a única que pescava algumas informações era a Lis, porque conhecia algumas autoras.

Depois da notícia da Lis, Bella e Grace se despediram e foram para casa, Ana aproveitou a carona e foi logo em seguida. E quando eu pensei que tinha me livrado da minha última visita, Lis aparece na minha sala enquanto eu juntava o resto de louça e colocava na pia. - Então você irá me contar o que está acontecendo ou vou ter que usar ameaças?

- Nada te escapa, não é?

- Não, vai me contar?

- Outro dia, quando eu tiver certeza. - Ela me encara e cruza os braços no peito,com indignação a minha resposta inesperada. - Deixa eu descobrir se realmente há alguma coisa, ou é alguma paranoia da minha cabeça.

- Tudo bem, mas lembre - se, eu estou aqui, não importa o que seja. Perigoso ou não, você irá me contar.

- Eu irei.

- Então com isso resolvido, vou me embora.

- Boa noite Elisa.

-Boa noite Clara. - Ela vai até a porta e quando está quase se fechando, coloca sua cabeça entre a abertura. - Não esqueça do almoço lá em casa este sábado.

- Almoço? - Vejo ela respirar fundo e balançar a cabeça, e a porta se fecha atrás dela.

Não estou lembrando nem dos dos encontros com as amigas e a família, como eu vou lidar com cartas misteriosas?

O mistério de GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora