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Aryana

Achei estranho Clara concordar em me levar em casa e ainda me mostrar os arquivos, sem pestanejar, porém não seria eu a questionar. Ela precisava de respostas e eu sentia a necessidade de precisar estar perto, pode ser loucura minha, mas eu sentia que Clara iria enfrentar algo grande, no qual não seria possível estar sozinha.

E se caso eu estivesse certa, eu estaria aqui por ela. Apesar da sua teimosia sem tamanho, sua estupidez imensa para ver o óbvio, por mais que eu negasse, eu já nutria algum sentimento por esta mulher. E deixá-la de lado era algo que eu não conseguiria fazer.

Chegamos no meu apartamento, e a primeira coisa que fiz foi ir para o meu quarto, deixei Clara a vontade para descobrir meu cantinho. Eu queria saber de tudo que estava acontecendo, mas antes eu precisava de um banho e uma roupa confortável.

Depois de quase 20 minutos no banho, coloco uma das minha camisetas confortáveis, e vou em direção á minha cozinha, para preparar um café. Então vejo uma mulher de moletom e uma das minhas camisetas, sentada confortavelmente em frente minha mesa de centro com papéis dispersos, uma xícara de chá, debruçada sobre algo que escrevia sem parar.

- Vejo que se acomodou bem.

- Ah, eu peguei uma roupa emprestada, e achei algumas canetas e fitas no seu escritório. - Ela diz, separando três papéis diferentes no piso enorme de entrada, colocando cada um lado a lado. - Aliás, seu gosto para designers interiores é espetacular, estou extasiada.

- Gostei da escolha da camiseta. - Ela olha para sua roupa preta, escrita "I love pizza more than people" (Eu amo pizza, mais do que pessoas).

- Eu não tinha visto, mas confesso que adoraria usar ela na próxima reunião com minha mãe.

- Eu amo ela, mas para esse caso, posso abrir uma exceção.

- Eu filmo a reação.

- Farei pipoca para esse dia. - Vou até o fogão que tem um bule de água fervendo e passo um café preto. - Eu lhe oferecia, mas parece que até na minha cozinha você já se achou.

- Eu só fiquei tentada a comer aquela panacotta linda da geladeira.

- Foi Grace que fez, fique a vontade.

- Ela esteve aqui quando?

- Com ciúmes? - Digo sentando ao seu lado com minha xícara.

- Apenas curiosa, como minha estagiária e você ficaram mais íntimas que eu com ela.

- Ela se gamou no homem mais sem vergonha e carinhoso que conheço, achei necessário protegê - la.

- Max não perde tempo.

- Nunca. - Ela se levanta em direção a geladeira.

- Vai querer?

- Só um pouco.

Pego uma das folhas colocadas no chão, fala de uma mulher com o nome que bate as mesmas iniciais das cartas: Nadia Murray, uma mulher acusada de matar o próprio marido, diz ter sido autodefesa e tinha uma filha pequena na época, que o nome está riscado, para manter integridade da vítima.

- Você acha que essa Nadia pode ser a mesma que entregou a carta para Thomas? - Ela senta ao meu lado com uma cumbuca cheia de pudim, com uma colher normal e outra minúscula de chá.

- Duvido muito, esse caso é de pelo menos vinte anos atrás, e o garoto disse que a moça parecia jovem, mas pode ser mandado dela.-

- Essa colher de chá é para que?

O mistério de GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora